Cerca de metade das pesquisas eleitorais são realizadas com recursos dos próprios institutos.
É o que aponta um levantamento da Abep, Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, com dados do Tribunal Superior Eleitoral.
A entidade constatou que das 943 pesquisas de intenção de voto para as eleições municipais oficialmente registradas na justiça eleitoral entre primeiro de janeiro e 14 de abril deste ano, 432 foram custeadas com recursos próprios.
Ou seja, 45,85% delas foram realizadas e pagas pelas próprias empresas que são contratadas para esse serviço.
Só que em menos de quatro meses elas deixaram de faturar três milhões e 300 mil reais em levantamentos com nomes de pré-candidatos a prefeito e vereador.
O conselheiro da Abep, João Francisco Meira, que é do instituo Vox Populi, considera essa prática um escândalo, já que, para ele, uma empresa de pesquisa deve vender serviços e cobrar por eles. Ocorre que as pesquisas autofinanciadas não são ilegais. Elas estão previstas numa resolução de fevereiro do Tribunal Superior Eleitoral.
A empresa, nesses casos, deve informar o valor e a origem dos recursos. Além disso, apresentar demonstrativo financeiro do ano anterior às eleições.