Em uma manobra estratégica, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, definiu Joinville (SC) como palco para sua próxima grande manifestação política, marcada para 16 de junho. A data selecionada não é aleatória; trata-se do dia subsequente à “Marcha para Jesus” em Florianópolis, onde Bolsonaro também marcará presença. Este planejamento sinaliza uma jogada astuta, almejando capitalizar o fervor e a multidão já mobilizada para a Marcha, redirecionando-os para o seu próprio evento, em uma movimentação que reforça sua influência e capacidade de convocação.
A escolha da cidade não é menos calculada. Situada estrategicamente entre duas capitais do Sul — Florianópolis e Curitiba — onde Bolsonaro desfrutou de robusto apoio eleitoral nos pleitos de 2018 e 2022, Joinville se apresenta como um local ideal para atrair simpatizantes de ambas as regiões. Este posicionamento demonstra não apenas um conhecimento profundo das dinâmicas regionais, mas também uma tentativa de manter suas bases eleitorais ativas e engajadas.
A intenção de Bolsonaro de utilizar eventos religiosos de grande escala, como a “Marcha para Jesus”, como um trampolim para suas próprias manifestações, lança luz sobre uma prática que tem sido recorrente em sua carreira política: a de convergir movimentos religiosos e políticos, buscando fortalecer sua imagem junto ao eleitorado conservador.
Este próximo ato em Joinville será, sem dúvida, um teste crucial para medir a permanência de sua influência política após o término de seu mandato. Observadores e críticos estarão atentos, não apenas ao número de participantes, mas também à mensagem que Bolsonaro escolherá para galvanizar seus seguidores nesta nova fase de sua carreira política.