O Conselho Nacional de Justiça já registrou, este ano, mais denúncias de violência contra mulheres praticadas por integrantes do Poder Judiciário do que o ano inteiro de 2023.
São casos de violência processual, ou seja, violências que ocorrem durante depoimentos, audiências ou julgamentos. São violências do tipo psicológica, geralmente cometidas por juízes, desembargadores, procuradores, promotores, por exemplo.
Até abril, segundo o CNJ, foram 20 casos; entre janeiro e dezembro do ano passado, foram 13 ocorrências.
Os casos de violência contra mulher registrados no Judiciário são apenas uma minúscula parcela de um problema que é enorme no nosso país.
Atualmente, cerca de 1,2 milhão de processos envolvendo violência doméstica contra mulheres tramitam na Justiça, sendo 10 mil deles de feminicídios.
Dados da Rede de Observatórios da Segurança apontam que, só em 2023, a cada 24 horas, ao menos oito mulheres foram vítimas de violência em 2023.
Já o Fórum Brasileiro de Segurança Pública contabilizou, no ano passado, o maior número de feminicídios desde que o crime foi tipificado, há nove anos.
Foram quase 1.500 vítimas, ou uma morte apenas pelo fato de ser mulher a cada seis horas.
Entre as unidades da Federação com as maiores taxas de feminicídios por 100 mil mulheres, o Mato Grosso lidera, com 2,53. Acre, Rondônia, Tocantins, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul aparecem na sequência, todos com taxas superiores a dois feminicídios para cada 100 mil mulheres em 2023.
Para registrar, a taxa média nacional, no ano passado, ficou em 1,38.