Vazio Sanitário da Soja: Estratégia eficiente para combate à ferrugem asiática, inicia hoje

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05/7/2017- Brasília- DF, Brasil-Fiscalização do vazio sanitário da soja é intensificada Planaltina, Com o início do vazio sanitário da soja, período em que os produtores devem eliminar as plantas vivas do cultivo, a fiscalização foi intensificada. Desde 1º de julho, equipes da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural podem aplicar multas a quem descumprir a medida. Foto: Tony Winston/Agência Brasília/FotosPúblicas

Na quarta-feira (15), é marcado o início do vazio sanitário da soja, uma estratégia agropecuária crucial que proíbe a presença de plantas vivas de soja nos campos por 90 dias. Esta medida visa prevenir a proliferação da ferrugem asiática, uma doença fúngica devastadora para as lavouras. Os agricultores aguardarão até o 16 de setembro para iniciar o novo ciclo de plantio.

Implementado há quase duas décadas, o vazio sanitário mostra-se como uma das práticas mais astutas e eficazes empregadas pelos agricultores para preservar sua produção contra o avanço do fungo causador da ferrugem. Evaldo Takizawa, consultor agronômico renomado, destaca essa medida como fundamental para a saúde das lavouras.

Durante a safra de 2022/2023, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), mais de 10 milhões de hectares foram semeados com soja apenas no Mato Grosso. Dentro deste contexto, o Indea realizou 5.864 inspeções e, dessas, resultaram 67 infrações, abrangendo uma minúscula porcentagem de 0,04% do total inspecionado por problemas durante o vazio sanitário.

Um dado alarmante revelado pelas inspeções é que aproximadamente 33% das 561 amostras coletadas apresentavam vestígios da ferrugem, sublinhando a contínua ameaça que a doença representa para o setor.

Historicamente, a ferrugem asiática causou estragos significativos nas lavouras de Mato Grosso, especialmente em Primavera do Leste, entre 2001 e 2005. As condições climáticas, aliadas à irrigação e ao cultivo de variedades específicas para sementes, proporcionaram um ambiente ideal para a proliferação do fungo.

A introdução do vazio sanitário foi uma resposta direta a esses desafios recorrentes e emergiu como um meio sustentável e eficaz para controlar o avanço da doença. A partir de então, houve uma redução substancial no uso excessivo de fungicidas, contribuindo para uma prática agrícola mais sustentável e eficiente.

Na safra atual de 2023/2024, foram inspecionadas 16.367 unidades de produção, refletindo o compromisso contínuo com a vigilância e a manutenção da saúde das lavouras. A baixa incidência de ferrugem nesta safra, apenas 1,8% das folhas inspecionadas mostrando sinais da doença, deve-se em parte às atípicas condições climáticas secas.

O vazio sanitário não apenas preserva a vitalidade das lavouras de soja, mas também sustenta a economia agrícola do estado, a geração de empregos, e fortalece a conexão entre o campo e o ambiente urbano. Segundo Takizawa, essa prática não só cumpriu seu papel original como continua sendo uma medida central para garantir a sustentabilidade e a eficiência da produção de soja no Mato Grosso e além.