ARROZÃO, fas mais uma vítima, agora foi exonerado o indicado de Geller, diretor da Conab

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O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou nesta terça-feira (25) a exoneração de Thiago dos Santos, diretor de Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Thiago dos Santos estava à frente do leilão para importação de arroz, que foi anulado no início deste mês devido a “fragilidades” no edital.

Em meio a uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Teixeira confirmou que o governo substituirá o diretor da Conab. Thiago dos Santos havia sido indicado por Neri Geller, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, também afastado do governo sob suspeitas de conflito de interesse relacionadas ao leilão. Uma das corretoras de grãos envolvidas é propriedade de um ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara, que também é sócio do filho do ex-secretário.

Ainda não há previsão para a publicação do novo edital visando a importação de 1 milhão de toneladas de arroz. O objetivo dessa compra é assegurar o abastecimento e equilibrar os preços no mercado interno, que subiram, em média, 14%, chegando a até 100% em algumas regiões, após as inundações no Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio deste ano.

O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no Brasil. As inundações prejudicaram tanto a produção nas lavouras quanto o armazenamento, além de afetar a distribuição por problemas logísticos no estado.

Diante das “fragilidades” detectadas, o governo federal anulou o leilão realizado pela Conab em 6 de maio, cancelando a compra de 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas. As empresas participam dos leilões através de corretoras nas bolsas de Mercadorias e Cereais e são identificadas somente ao final.

Um novo edital será divulgado, com aprimoramentos nos mecanismos de transparência e segurança jurídica, embora ainda não exista uma data definida para o próximo leilão. Ao todo, o governo liberou mais de R$ 7 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz, visando estabilizar o mercado.