A decisão de adiar o lançamento do Plano Safra 2024/2025 e sua versão para a agricultura familiar intensificou a tensão existente entre o governo federal e o agronegócio. Esse descontentamento se desenrola após um início de ano em que o Executivo parecia avançar em questões do setor.
O adiamento do Plano Safra para 3 de julho, anunciado após uma reunião do ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adiciona mais uma camada de desgaste ao relacionamento entre o governo e o agronegócio. Medidas recentes, como o leilão para importação de arroz e a polêmica “MP do Fim do Mundo”, já haviam gerado insatisfação entre os produtores.
Eventos Suspensos e Nova Data
Os eventos, inicialmente previstos para esta quarta-feira (26/6) no Palácio do Planalto, foram postergados para permitir ajustes finais nas apresentações, segundo o ministro. A nova data, 3 de julho, surge pouco antes do vencimento do Plano Safra vigente, que se encerra no próximo domingo (30/6).
No entanto, essa mudança elevou as críticas. Pelas redes sociais, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar comunicou que o lançamento ainda ocorrerá no Palácio do Planalto, desconsiderando uma possível viagem do presidente ao Mato Grosso, um estado com significativa presença agropecuária.
Reações e Preocupações no Setor
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) expressou em nota que o adiamento é um reflexo de “desorganização e ineficiência” do governo. Outras entidades do setor também manifestaram preocupação, principalmente sobre o impacto do atraso na disponibilização de créditos aos produtores.
“É importante ressaltar que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano, ou seja, todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo ainda para a chegada do crédito real aos produtores”, destacou a bancada ruralista em comunicado.
Reflexos e Expectativas
Com novos desencontros, o setor agropecuário aguarda ansiosamente a próxima semana, esperando que o governo consiga conciliar suas agendas e apresentar soluções eficazes. A expectativa é que o Plano Safra seja capaz de atender às demandas e garantir o suporte necessário à produção agropecuária no Brasil, uma área vital para a economia nacional.
