Investimentos em saneamento geraram cerca de 330 mil empregos no Brasil

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Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Investir em saneamento básico não traz benefícios apenas para a saúde. A oferta de um serviço de qualidade também pode impactar na geração de empregos. É o que mostra um estudo do Instituto Trata Brasil, ao revelar que os investimentos em saneamento geraram aproximadamente 330 mil empregos em 2022, enquanto a operação da infraestrutura contribuiu com cerca de 555 mil empregos. Os dados presentes no Painel Saneamento Brasil mostram que a implementação de sistemas de tratamento de água e esgoto contribui para a geração de renda de forma direta, indireta ou induzida.

Mas a presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, acredita que para gerar empregos é preciso melhorar os serviços e, para isso, deve existir um esforço conjunto entre sociedade, empresas privadas e poder público.

“A gente precisa mais que dobrar esse volume de investimentos em saneamento básico. E como que a gente consegue isso? A gente precisa aumentar esse volume de investimentos com união de esforços entre o serviço público e o privado. Não é apenas com o dinheiro público que vai se atingir a universalização do acesso e nem apenas com o investimento privado”, analisa.

A pesquisa do Trata Brasil observou que a relação entre saneamento e emprego pode ser compreendida ao considerar que a expansão dos serviços envolve a realização de investimentos na construção civil, os quais têm efeitos econômicos nas áreas onde as obras são realizadas. 

“A implementação de um sistema de saneamento em uma região abrange a construção de redes de distribuição de água, redes de coleta de esgoto, estações de captação e tratamento de água, bem como estações de tratamento de efluentes. Portanto, os investimentos em obras de saneamento geram empregos e aumentam a renda local”, explica Luana Pretto. 

Na opinião do economista Newton Marques, se o poder público não se comprometer com as metas de universalização dos serviços de saneamento estabelecidas pelo marco legal, dificilmente conseguirá avançar em questões relacionadas à economia ou geração de renda.

“A meta de universalização do serviço de coleta e tratamento de esgoto e distribuição de água até 2033 está comprometida porque a questão orçamentária, as políticas públicas e a própria fiscalização das empresas privatizadas não estão conseguindo cumprir essas metas. Então é preciso o poder público poder fiscalizar melhor o que tem acontecido”, aponta.

O Congresso Nacional aprovou, em 2020, o Novo Marco Legal do Saneamento. A lei nº 14.026/2020 tem o objetivo de aperfeiçoar os serviços no Brasil e ainda garantir que 99% da população tenha água potável disponível e 90%, coleta e tratamento de esgotos até 2033.  

Fonte: Brasil 61