O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu suspender o leilão de arroz por tempo indeterminado, optando por negociar com o setor agropecuário para controlar os preços do produto. De acordo com o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a decisão é prudente devido à recente queda nos preços, e a medida de leilão será reconsiderada apenas se houver aumento nos valores.
Os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, juntamente com a Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), estão trabalhando em um termo de compromisso com o setor produtivo. A intenção é que, em locais onde haja risco de desabastecimento, os produtores se comprometam a enviar mais arroz para evitar aumentos de preço. Internamente, membros do governo já eram contrários ao leilão, argumentando que as chuvas no Rio Grande do Sul não indicavam uma falta iminente de arroz, especialmente com a colheita recente.
Em entrevista à Globonews, Fávaro destacou que, após a decisão de compra de arroz importado e a normalização das estradas, os preços caíram para níveis normais, entre R$ 19 e R$ 25 por pacote de cinco quilos. Isso reforçou a decisão do governo de não realizar novos leilões de importação no momento.
No mês passado, o leilão para a importação de 263 mil toneladas de arroz foi cancelado devido a dúvidas sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras. Atualmente, o governo monitora o mercado e negocia com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e representantes da indústria para garantir a estabilidade de preços, logística e frete.
Carlos Fávaro afirmou que, com a queda nos preços, não vê necessidade de novos leilões de importação. Em vez disso, considera mais prudente adotar outras medidas para estimular a produção, garantindo assim a oferta e estabilização dos preços do arroz no mercado interno.