Compliance, rastreabilidade mercadológica, apoio à intensificação sustentável e valorização da biodiversidade: estes foram os pilares sustentados na apresentação feita pelo presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido, para lideranças brasileiras e de outros países, durante a participação dele em evento da Semana do Clima de Nova Iorque (EUA), que ocorre de 22 a 29 de setembro.
De acordo com Penido, o monitoramento socioambiental mercadológico, a regularização ambiental e a inclusão de produtores são os principais desafios inseridos no programa Passaporte Verde. “A ideia é trazer todos estes temas para o debate. Nossa maior preocupação é avançar no monitoramento sem excluir os produtores de bezerros, em geral pequenos pecuaristas, e que se caracterizam como o elo mais frágil da cadeia produtiva de carne bovina.”
Caio acrescenta que o Imac foi criado em 2016 para implementar essas estratégias e fomentar o diálogo entre os setores, incluindo a indústria, pecuaristas e o Estado. “A lei de criação do Imac já previa a implementação da rastreabilidade e o Instituto optou pelo monitoramento socioambiental, com foco no desmatamento ilegal, e não na segurança sanitária, que já é muito bem conduzida por outros órgãos. Até mesmo porque são as questões socioambientais que geram os principais pontos de questionamentos do mercado internacional, atualmente. Todos esses fatores serviram de base para a implementação do programa Passaporte Verde”, enfatiza.
O Passaporte Verde é uma estratégia pactuada entre o setor produtivo e o público para eliminar o desmatamento ilegal de propriedades de pecuária, valorizar a biodiversidade, melhorar o balanço de emissões de gases de efeito estufa e garantir a inclusão social de pequenos e médios pecuaristas. “Também vamos abordar o apoio à intensificação sustentável e o pagamento por serviços ambientais”, completa Caio.
Penido destaca, ainda, que o Imac tem buscado implementar programas junto ao Estado e também intensificar o diálogo com o setor produtivo, como forma de reduzir as chances de exclusão. “Embora as conversas possam ser desafiadoras, elas seguem sendo prioridade para o Instituto, até mesmo porque são os produtores os verdadeiros especialistas no cuidado e na produção da carne bovina. São eles que conhecem os caminhos para a continuidade nas atividades, sem exclusões”.
A participação do Imac na Semana do Clima, realizada em Nova Iorque (EUA), cria um espaço importante para Mato Grosso nas mesas de diálogos globais em torno da cadeia produtiva de alimentos. Além disso, oportuniza a divulgação das ações já realizadas pelo setor pecuário do estado e promove o encontro com possíveis parceiros e investidores de projetos.
Evento em Nova Iorque – A Semana do Clima é considerada um dos maiores eventos para discussão de questões climáticas do planeta. Nesta edição, são mais de 600 eventos paralelos e atividades híbridas, que se espalham por diferentes lugares da cidade de Nova Iorque.
Anualmente, líderes empresariais e lideranças de todos os cantos do mundo se reúnem para impulsionar a transição, acelerar o progresso e defender as mudanças que já estão acontecendo. A Semana do Clima de Nova Iorque é organizada pelo Grupo Climático, uma organização internacional sem fins lucrativos cujo objetivo é promover a ação climática rapidamente.
O Grupo Climático organiza o programa oficial durante a semana, que reúne as figuras internacionais mais importantes do mundo dos negócios, governos, sociedade civil e do setor climático. Este ano, a Semana do Clima de Nova York acontece em parceria com a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Fonte: Crop AgroComunicação | Ana Sampaio