Sesc Arsenal recebe as redeiras de Limpo Grande e sua cultura de tecer  

0
82
Assessoria

O Sesc Arsenal recebe no “Café no Jardim”, neste sábado (21), das 7h30 às 10h30, a Associação das Redeiras de Limpo Grande, de Várzea Grande, pelo projeto “Conhecendo o Artesão”. Com o objetivo de proporcionar o diálogo direto entre artesãos e a comunidade local, o projeto busca valorizar as produções manuais e difundir as riquezas culturais de Mato Grosso. 

O visitante poderá experimentar um pouco da cultura mato-grossense, enquanto desfruta da variedade de opções ofertadas no “Café no Jardim”. O cardápio é variado e tem combos com preços acessíveis. Após o café, os visitantes poderão conhecer o primoroso trabalho das redeiras, que estarão no hall de entrada expondo seus artesanatos e demonstrando suas técnicas. 

A presidente da Tece Arte – Associação das Redeiras de Limpo Grande, Jilaine Maria da Silva Brito, de 38 anos, contou que vem de uma comunidade de mulheres que tradicionalmente tecem redes. Com seu tecer vertical, a Rede Cuiabana é feita com fios de algodão e tem cores vibrantes e desenhos inspirados na flora e fauna local. Essa técnica é passada de mãe para filha, cultura que é herança dos povos originários mato-grossenses. 

Para Jilaine, a Associação, que foi criada em 2021, ajudou a difundir essa tradição. “A nossa cultura estava quase em extinção, e muitas delas (redeiras) já não produziam, porque não conseguiam vender as redes. Antes da associação existir, eram vendidas 10 redes ao ano. Já no ano passado, conseguimos vender 80 redes, fora as outras peças”, explicou Jilaine.  

Na intenção de não só tirar as redeiras do anonimato e impulsionar vendas, a Tece Arte também causou impacto positivo na vida dessas mulheres e da comunidade como um todo, pois gerou renda, atraiu turistas interessados nas raras e tradicionais peças, e garantiu o sustento de muitas famílias. As peças artesanais são feitas por cada redeira em seus próprios ateliês, e posteriormente vendidas no Centro Cultural Neide Clemente Lemes, localizado na própria comunidade. 

De acordo com Jilaine, a parceria com o Sesc-MT também é muito importante para a divulgação e valorização dessas peças. “O Sesc ajuda a perpetuar essa arte, e aqui na associação a gente tem esse desafio, até porque os jovens de hoje em dia não querem aprender. A gente está nessa luta”, completou a presidente. 

TECER FIO A FIO

O método de tecer para as redeiras de Limpo Grande tem seu linguajar próprio, e cada uma delas tece de maneira diferente. Por causa disso, as redes, para ficarem prontas para a venda no Centro Cultural, podem demorar de dois a três meses.  

Jilaine conta que elas utilizam a técnica da tecelagem, e começam o projeto pensando no desenho e o que será colocado na rede. Para as mulheres de Limpo Grande, o Pantanal Mato-grossense é a inspiração mais frequente por fazer muito sucesso e representar a riqueza de Mato Grosso. 

Depois de pensar no desenho, elas passam o liço , que é um dispositivo para enrolar os fios para mantê-los do mesmo tamanho, possibilitando um corte preciso, novelam, e então utilizam o tear vertical para fazer o urdume, que é um conjunto de fios lançados ao comprimento do tear para passar o fio, para apenas então começarem a tecer.  

Serviço

Redeiras de Limpo Grande no “Café no Jardim”

Quando: Sábado, 21 de setembro 

Horário: 7h30 às 10h30 

Onde: Hall de entrada do Sesc Arsenal (Rua 13 de Junho, 1435 – Centro Sul, Cuiabá) 

Contato: (65) 3611-0550 ou (65) 3611-0552