A devastação das queimadas no Brasil: Um Alerta Ambiental

0
59

O Brasil registrou 22,38 milhões de hectares queimados de janeiro a setembro, um incremento alarmante de 150% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. Esse total é equivalente a uma área semelhante ao Estado de Roraima. A Amazônia foi o bioma mais afetado, concentrando 51% das queimadas, o que corresponde a 11,3 milhões de hectares.

O levantamento também revela que 73% da área queimada era de vegetação nativa, com ênfase nas formações florestais (21% da área total). Dentre as áreas agropecuárias, as pastagens plantadas foram as mais atingidas, com 4,6 milhões de hectares queimados. Mato Grosso foi o Estado mais impactado, com 5,5 milhões de hectares queimados, seguido pelo Pará (4,6 milhões) e Tocantins (2,6 milhões). São Félix do Xingu (PA) liderou entre os municípios, com 1 milhão de hectares queimados, seguido por Corumbá (PA), com 741 mil hectares.

Setembro foi o mês com o maior registro de queimadas, com 10,65 milhões de hectares prejudicados, representando 47,6% de toda a área queimada em 2024 até então. Em comparação com o mesmo mês de 2023, o aumento foi de 181%.

“O período de seca na Amazônia, que normalmente ocorre de junho a outubro, tem sido particularmente severo este ano, agravando ainda mais a crise dos incêndios na região – um reflexo da intensificação das mudanças climáticas, que acabam tendo papel crucial para a propagação de incêndios,” afirmou, em nota, a diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar.

O Cerrado também registrou grandes impactos, com 4,3 milhões de hectares queimados em setembro, um aumento de 117% em relação ao ano anterior. O Pantanal, por sua vez, registrou um avanço de 2.306% na área queimada em comparação com a média dos últimos cinco anos.

A Mata Atlântica teve 896 mil hectares queimados entre janeiro e setembro, sendo a cana-de-açúcar a principal cultura prejudicada. Em contraste, o Pampa e a Caatinga mostraram reduções nas áreas queimadas devido à maior umidade e à queda no uso descontrolado do fogo.