Desembargadores investigados pela PF, ganham até R$ 200 mil por mês de salário e penduricalhos

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Os cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), sob investigação no âmbito da operação Ultima Ratio, estão envoltos em sérias acusações de venda de sentenças e corrupção. O grupo, que abocanha salários e penduricalhos que chegam até R$ 200 mil por mês, inclui o presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins, e os desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Aguiar Bastos. Todos foram afastados de seus cargos na última quinta-feira, 24 de outubro, em decorrência da ação da Polícia Federal.

A operação Ultima Ratio faz parte de uma investigação mais ampla que apura crimes de corrupção, como a venda de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas dentro do Poder Judiciário no estado.

Dados coletados pela coluna junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que, em média, os cinco desembargadores possuem um rendimento mensal de R$ 129,8 mil. Após as deduções do imposto de renda, contribuições previdenciárias e, em alguns casos, o abate-teto, a remuneração líquida média cai para R$ 100,1 mil. O salário bruto desses desembargadores é de R$ 39.717,69. Porém, o montante recebido pode ser quintuplicado devido a penduricalhos e benefícios.

Em um exemplo que choca, em fevereiro deste ano, os desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva e Marcos José de Brito Rodrigues auferiram mais de R$ 200 mil líquidos, sendo que aproximadamente R$ 180 mil desse total diz respeito a “direitos eventuais”. A situação levanta alertas sobre a integridade e a ética no Judiciário.