Vivendo realidades opostas, mas com a mesma esperança, Atlético-MG e Botafogo duelam neste sábado (30) no estádio Monumental de Buenos Aires pelo título mais valioso da América do Sul: a Copa Libertadores.
Não importa o resultado, o campeão será brasileiro e alvinegro, as cores do ‘Galo’ e do ‘Fogão’, que se enfrentarão pela primeira vez em uma final de Libertadores.
O time mineiro buscará o bicampeonato continental, após alcançar a Glória Eterna em 2013 liderado por Ronaldinho Gaúcho, enquanto os cariocas chegam pela primeira à final.
As zonas turísticas da capital argentina se transformaram, nos últimos dias, em passarelas por onde desfilam os torcedores brasileiros, ansiosos pelo confronto que começará às 17h00.
Até o início desta semana, haviam sido vendidos “cerca de 60 mil ingressos”, informou uma fonte da Conmebol à AFP.
– O favorito –
O Botafogo chega ao duelo como favorito após protagonizar uma temporada que pode ser tão inédita quanto histórica… ou decepcionante.
Impulsionado pelos investimentos de seu proprietário, o magnata John Textor, que também é dono do Lyon, entre outros clubes, o time da Estrela Solitária lidera o Campeonato Brasileiro a dois jogos do fim.
O polêmico empresário norte-americano investiu mais de R$ 400 milhões em reforços para 2024, e o técnico português Artur Jorge fez bom uso do nível de seu elenco, estando perto de conquistar o título brasileiro, que o Botafogo não vence desde 1995.
O técnico português, de 52 anos, consolidou um ataque temido com base no talento de quatro jogadores de seleção: os brasileiros Luiz Henrique e Igor Jesus, o venezuelano Jefferson Savarino e o argentino campeão do mundo Thiago Almada.
Na defesa, o zagueiro angolano Bastos, que é a única dúvida no time titular devido a problemas físicos, se firmou como uma peça confiável para abrir caminho até Buenos Aires, para onde a equipe viajou após eliminar Palmeiras (oitavas), São Paulo (quartas) e Peñarol (semifinais) no mata-mata da Libertadores.
“Precisamos manter os pés no chão”, disse Igor Jesus, atacante do Botafogo, que chegou à primeira final apesar de ter iniciado a competição na pré-Libertadores.
Além de levantar o troféu, o campeão ficará com a última das 32 vagas para o novo Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado em 2025 nos Estados Unidos.
Também terá acesso à Copa Intercontinental, que será disputada no Catar em dezembro, e enfrentará o argentino Racing, recente campeão da Copa Sul-Americana, na Recopa, em fevereiro.
– Pela glória… e salvar a temporada –
Do outro lado do campo estará um Atlético que chegará ao Monumental de Buenos Aires machucado, vindo de uma sequência negativa de dez partidas sem vencer, incluindo duras derrotas para o Flamengo nas finais da Copa do Brasil.
O ‘Galo’ não sabe o que é vitória desde que goleou o River por 3-0 no jogo de ida da semifinal da Libertadores. Antes, eliminou San Lorenzo (oitavas) e o atual campeão Fluminense (quartas).
O treinador argentino Gabriel Milito, de 44 anos, tem enfrentado dificuldades para aproveitar o talento de um elenco caro que, há algumas rodadas, deixou a disputa pelo título brasileiro e que, na Argentina, não contará com o meia argentino Matías Zaracho, lesionado.
“Estamos mal no Brasileirão, perdemos a Copa do Brasil. Ter a chance de vencer a Libertadores significa tudo”, afirmou o capitão Hulk, líder de um ataque que também conta com nomes de peso como Paulinho, Deyverson e Gustavo Scarpa.
Caso não haja vencedor nos 90 minutos, a partida irá para a prorrogação. Se o empate persistir, o campeão da 65ª edição da Copa Libertadores será definido nos pênaltis.
Prováveis escalações:
Botafogo: John – Vitinho, Bastos, Alexander Barboza, Alex Telles – Marlon Freitas, Gregore – Luiz Henrique, Jefferson Savarino, Thiago Almada – Igor Jesus. Técnico: Artur Jorge.
Atlético Mineiro: Éverson – Lyanco, Rodrigo Battaglia, Junior Alonso – Gustavo Scarpa, Otávio, Alan Franco, Guilherme Arana – Hulk, Deyverson, Paulinho. Técnico: Gabriel Milito.
Árbitro: Facundo Tello (ARG).
Fonte: IstoÉ