O Corinthians não começou bem o clássico contra o Palmeiras nesta segunda-feira, é verdade. Postado no 3-4-1-2, o time errou passes comprometedores e foi desarmado em zonas perigosas do campo, dando a sensação de que o Derby poderia ser decidido antes do previsto, com o gol do rival sendo apenas questão de tempo. Félix Torres e José Martínez, em especial, não tiveram um bom início de jornada.
Mas o time respondeu. Já ao longo da primeira etapa, o Corinthians foi capaz de minimizar riscos e basear seu jogo em contragolpes, tendo Yuri Alberto como principal alvo no setor ofensivo.
O primeiro tempo foi marcado por chances dos dois lados, mas foi o Timão que não perdoou, com Rodrigo Garro. O meia recebeu passe de Matheuzinho após gritante falha de Caio Paulista e finalizou com qualidade para vencer Weverton.
Na segunda etapa, Ramón mexeu na equipe com a entrada de Raniele. O volante ajudou a reforçar a marcação no meio e o Corinthians passou a ter o controle da partida sem a bola nos pés. Intenso, aguerrido e brigador, o Timão compensou a disparidade técnica entre os elencos com muita determinação a cada dividida.
(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Assim, José Martínez desarmou Richard Rios na origem do segundo gol. Depois, Garro acionou Yuri Alberto, que contou com colaboração de Weverton para ganhar ângulo em chute que parecia improvável.
Com 2 a 0 no placar, o Corinthians soube administrar a vantagem. Sofreu, é verdade, mas estranho seria não tomar sustos contra um ataque tão potente como o do Palmeiras. Ainda mais se tratando de uma defesa que vem sofrendo tantas contestações ao longo do ano, como a alvinegra.
Mesmo com os pontos desfavoráveis citados, o Corinthians soube neutralizar jogadores importantes do adversário (Estêvão, Raphael Veiga e Felipe Anderson) e defendeu bem a bola parada, arma tão letal para o Palmeiras em Derbys recentes.
No ataque, o time seguiu ameaçando com jogadas em velocidade, aproveitando a exposição do Palmeiras, que não tinha outra alternativa além de atacar com tudo.
No final da partida, com o placar seguro, o Timão passou a trocar passes para ter o controle do duelo e não sofrer com o “abafa” do Verdão.
Assim, o que era uma noite que poderia ter terminado em tragédia para os mandantes, encerrou-se com gritos de olé de cerca de 46 mil corintianos presentes nas arquibancadas.
A vitória no clássico não apaga as eliminações do Corinthians nos mata-matas e os erros recentes da comissão técnica. Mas, claro, é fundamental na parte anímica, para dar confiança aos atletas.
Se o Corinthians ainda está em formação como conjunto, ao menos os jogadores mostraram entender a importância de um clássico desse tamanho.
Com esse espírito, a tendência é que seja questão de tempo até a equipe formalizar sua permanência na elite do futebol brasileiro.
Fonte: Iuri Medeiros | Gazeta Esportiva