O Brasil encerrou 2024 com um recorde histórico nas exportações de café, atingindo 50,4 milhões de sacas enviadas a 116 países. O desempenho foi puxado por avanços expressivos nas variedades arábica e canéfora. Segundo o relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o volume representou um crescimento de 28,5% em relação a 2023 e superou o recorde anterior, registrado em 2020, com alta de 12,8%.
Desempenho por tipo de café
A variedade arábica liderou as exportações com o envio de 36,9 milhões de sacas, representando 73,2% do total e um crescimento de 19,8% em relação a 2023. Já o café canéfora (robusta + conilon) destacou-se pelo maior avanço percentual, com alta de 97,9%, alcançando 9,3 milhões de sacas e representatividade de 18,5% no total.
O segmento de café solúvel registrou o segundo melhor desempenho de sua história, com 4,09 milhões de sacas exportadas, um aumento de 13% no volume. Já o café torrado e moído, embora com menor representatividade, contribuiu com 48,6 mil sacas.
Receita cambial em alta
As exportações renderam ao Brasil US$ 12,5 bilhões, o maior valor já registrado, com crescimento de 55,4% em relação a 2023. Esse desempenho reflete a elevação dos preços no mercado global devido à oferta limitada de grandes produtores como Vietnã e Indonésia, impactados por adversidades climáticas.
“O Brasil conseguiu preencher lacunas deixadas por concorrentes e atender à crescente demanda global, mesmo com uma safra abaixo do potencial”, destacou Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.
Principais destinos e mercados
Os Estados Unidos lideraram as importações, com 8,1 milhões de sacas adquiridas, seguidos pela Alemanha, Bélgica, Itália e Japão. Entre os continentes, a Europa foi o principal destino, responsável por 52,6% das exportações brasileiras, seguida pela América do Norte (21,2%) e Ásia (19,4%).
Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou certificação sustentável, também se destacaram, respondendo por 18,1% das exportações totais. Os Estados Unidos lideraram as compras deste segmento, seguidos por Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Itália.
Entraves logísticos e perdas
Apesar dos resultados recordes, a logística foi um desafio em 2024. Atrasos em portos e mudanças de escala de navios geraram custos extras, somando prejuízos de R$ 42,3 milhões entre janeiro e novembro. O Porto de Santos manteve-se como o principal ponto de escoamento, com 68% das exportações totais.
Expectativas para 2025
As exportações de café no primeiro semestre da safra 2024/25 já acumulam resultados históricos, com 26 milhões de sacas enviadas e receita de US$ 7,1 bilhões, indicando um início promissor para o novo ciclo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio