O dólar iniciou a sessão desta quinta-feira (16) com atenção voltada para uma série de dados econômicos no Brasil e na China, além das possíveis repercussões do cessar-fogo em Gaza. Na véspera, a moeda norte-americana apresentou uma queda de 0,36%, fechando a R$ 6,0241. No mesmo dia, o principal índice da Bolsa brasileira (Ibovespa) teve um avanço de 2,81%, alcançando os 122.650 pontos.
Entre os principais destaques da agenda econômica nacional, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, será o principal foco. Esse indicador, considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), deverá apontar para uma desaceleração da economia brasileira, refletindo a tendência observada nos últimos meses. O mercado, entretanto, não espera grandes mudanças na política monetária do Banco Central, e a maioria dos analistas antecipa mais aumentos na taxa Selic ao longo de 2025.
Ainda no cenário doméstico, o governo brasileiro registrou um déficit primário de R$ 4,5 bilhões em novembro, uma melhoria em relação ao déficit de R$ 38 bilhões no mesmo mês de 2023. Nos primeiros 11 meses deste ano, o déficit acumulado foi de R$ 66,82 bilhões, uma redução frente aos R$ 112,46 bilhões do mesmo período do ano passado.
Em meio à polêmica envolvendo o sistema de pagamentos PIX, o governo recuou nas medidas de fiscalização que haviam gerado incerteza sobre a possível taxação de transferências via PIX. Para esclarecer a situação, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo o próprio presidente, realizou pronunciamentos e vídeos. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória para garantir que as transferências via PIX não sejam tributadas e que não haja diferenciação de preços entre pagamentos em dinheiro e via PIX.
No cenário internacional, os investidores também estão atentos aos dados econômicos da China, incluindo o PIB do quarto trimestre e indicadores de produção e consumo. A expectativa é que esses dados ajudem a medir a eficácia do pacote de estímulos implementado pelo governo chinês.
Nos Estados Unidos, a política monetária do Federal Reserve (Fed) continua a ser um tema central. O presidente da distrital de Chicago do Fed, Austan Goolsbee, afirmou que a inflação está avançando em direção à meta de 2%, mas também expressou preocupações com a persistência de pressões inflacionárias sazonais. O mercado aguarda também os resultados da temporada de balanços corporativos, que podem fornecer pistas sobre a saúde da economia norte-americana.
Além disso, o mercado observa com cautela as tensões no Oriente Médio. Após 467 dias de guerra em Gaza, que resultaram em quase 48 mil mortes, a expectativa é que o cessar-fogo proposto entre Israel e Hamas entre em vigor no domingo (19), trazendo uma possível redução nas tensões regionais.
Esses fatores contribuem para um cenário de volatilidade nos mercados financeiros globais, com os investidores avaliando os impactos das decisões econômicas, tanto no Brasil quanto no exterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio