A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) emitiram uma nota conjunta contestando os dados da safra de arroz apresentados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No comunicado, as entidades expressaram sua preocupação com o que consideram uma “nova rodada de desinformação” quanto aos números de área, produtividade e produção de arroz divulgados pela autarquia.
As entidades destacaram que, no ano anterior, o governo federal chegou a planejar a compra de arroz importado no valor de R$ 7,2 bilhões, com a justificativa de que haveria escassez do produto no mercado interno. “Afirmação que refutamos de maneira enfática, pois em nenhum momento houve falta de arroz nos supermercados, apesar do pânico gerado pela própria ação governamental”, ressaltaram.
Inconsistências nos dados divulgados pela Conab
De acordo com o comunicado, as entidades alegam que a Conab superestimou a produção de arroz, com a intenção de justificar uma intervenção nos preços do produto, o que poderia gerar distúrbios para produtores, indústrias e consumidores. Segundo a Federação e a Farsul, dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que realiza levantamentos de campo de forma contínua e precisa, indicam que a área plantada cresceu 2,69% em comparação com 2024, e não 9,7%, como sugerido pela Conab. As entidades alertaram que esse erro nos números pode resultar em prejuízos econômicos significativos para o país.
Garantia de produção e preocupações com a política de dados
Em seu comunicado, as entidades tranquilizaram a sociedade, garantindo que, como de costume, a produção de arroz no Brasil será superior ao consumo interno, o que levará à necessidade de exportar excedentes. “Não há risco de desabastecimento”, afirmaram.
Por fim, a Federarroz e a Farsul expressaram preocupação com o atual sistema de informações do governo federal, destacando a saída de diretores do IBGE que não concordam com a nova política do instituto, além da continuidade da divulgação de dados pela Conab que, segundo as entidades, favorecem interesses ideológicos, em detrimento da realidade observada no campo. “Esses retrocessos prejudicam a transparência e a confiança nas informações oficiais”, concluíram.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio