O Monitor do Comércio Brasil-EUA, relatório trimestral da Amcham Brasil, revelou que, pela primeira vez, as exportações brasileiras para os Estados Unidos ultrapassaram a marca de US$ 40 bilhões, alcançando US$ 40,3 bilhões em 2024. O volume exportado também foi recorde, atingindo 40,7 milhões de toneladas, um crescimento de 9,9% em comparação a 2023.
Enquanto as exportações globais do Brasil apresentaram queda de 0,8%, o comércio com os EUA registrou alta de 9,2%, superando mercados importantes como União Europeia (+4,2%), China (-9,5%) e Mercosul (-14,1%). “O comércio com os EUA gerou ganhos significativos para a economia brasileira em 2024, especialmente na indústria, com exportações recordes de produtos de maior valor agregado”, afirmou Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.
A corrente de comércio entre os dois países somou US$ 80,9 bilhões, uma alta de 8,2% em relação a 2023, consolidando o segundo maior valor da série histórica.
Indústria Nacional: Motor do Crescimento
A indústria brasileira foi um dos grandes destaques no comércio com os EUA em 2024, alcançando um recorde de US$ 31,6 bilhões em exportações, crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior. A indústria da transformação, responsável por 78,3% das exportações para o mercado norte-americano, consolidou os EUA como principal destino das vendas industriais brasileiras pelo nono ano consecutivo.
Produtos como petróleo bruto, aeronaves, café, celulose e carne bovina lideraram o crescimento. Entre os 10 itens mais exportados, oito registraram aumento em valor na comparação anual.
A expansão das exportações para os EUA superou a média global em todos os setores:
- Agropecuária: +36,9% (vs. queda de 11,0% no mundo);
- Indústria extrativa: +21,1% (vs. +2,4% no mundo);
- Indústria de transformação: +5,8% (vs. +2,7% no mundo).
- Importações: Energia Impulsiona Compras Brasileiras
As importações de produtos norte-americanos também cresceram, atingindo US$ 40,6 bilhões, um aumento de 6,9%. O desempenho foi impulsionado por itens como motores, máquinas não elétricas e aeronaves.
O gás natural foi responsável por 55% do crescimento total das importações, reflexo da estiagem em algumas regiões do Brasil que reduziu a geração de energia hidrelétrica e elevou a demanda por termelétricas.
Projeções para 2025: Comércio em Alta
As perspectivas para 2025 indicam a manutenção de níveis robustos no comércio entre Brasil e EUA, impulsionados pelo crescimento econômico em ambos os países. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio internacional de bens deve crescer 3% este ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta avanços de 2,8% no PIB dos EUA e 2% no do Brasil.
“Com o crescimento da demanda em ambos os países, esperamos que o fluxo comercial em 2025 se mantenha próximo aos maiores níveis históricos. No entanto, é essencial acompanhar as incertezas no cenário internacional”, alertou Abrão Neto.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio