Ferrovia no Brasil: Três Anos de Promessas e Poucos Avanços

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A Lei das Ferrovias (14.273/21), criada com o intuito de modernizar o setor ferroviário no Brasil e atrair investimentos privados, completou três anos, mas ainda não gerou projetos aprovados ou obras em andamento de forma significativa. Isan Rezende, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso e do Instituto do Agronegócio, aponta que essa estagnação reflete uma falha na gestão das políticas públicas, evidenciada pela demora nos processos burocráticos. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor ferroviário enfrenta obstáculos frequentes, com prazos de cinco a sete anos entre a solicitação de obras e a obtenção de licenças e autorizações.

Até o momento, as únicas obras ferroviárias em andamento são a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), mas ambas seguem em ritmo lento. Conduzidas por empresas privadas, essas iniciativas enfrentam dificuldades, uma vez que estão sendo realizadas por lotes e não têm previsão de conclusão, devido à falta de aprovação dos projetos necessários.

A Lei das Ferrovias tinha como objetivo, sobretudo, melhorar a logística no Brasil, especialmente em estados como Mato Grosso, cuja produção agrícola depende de alternativas de transporte eficientes para grãos. Contudo, a morosidade nos processos administrativos e a falta de colaboração entre o governo e a iniciativa privada têm retardado os avanços esperados.

Rezende afirma que a atual situação no setor ferroviário é um reflexo da fragilidade na execução das políticas públicas de infraestrutura. Para ele, a modernização da malha ferroviária é crucial para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro, mas, até o momento, o governo tem falhado em transformar as promessas da Lei das Ferrovias em resultados concretos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio