Governo continua “batendo cabeça” e faz nova reunião hoje para intervir no mercado

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Sem conseguir definir uma estratégia clara para conter a inflação dos alimentos, o governo federal realiza nesta sexta-feira (24.01) mais uma reunião de ministros. A ideia de intervenção no mercado não está descartada.

O encontro, que deve reunir o presidente Lula, Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e outros membros do alto escalão, é mais uma tentativa de encontrar soluções para a escalada de preços que pressiona o bolso dos brasileiros.

Lideranças e especialistas lembram que cada que o governo intervém de forma artificial para forçar preços, acaba causando mais problemas que solução. VEJA AQUI

Ontem (23.01), o governo se debateu durante 9 horas tentando achar uma solução para a alta dos preços e terminou sem apresentar medidas concretas. Fernando Haddad descartou o uso de subsídios ou recursos do Orçamento, apostando na regulamentação da portabilidade dos vales-refeição e alimentação como uma forma de aliviar os custos. Contudo, especialistas questionam o impacto real dessa medida no curto prazo, já que depende de regulamentação pelo Banco Central e mudanças estruturais no mercado.

Enquanto os preços de itens como tomate, cenoura e cebola continuam subindo, a demora do governo em agir tem gerado críticas até mesmo entre aliados. O que se vê é um governo “batendo cabeça” para decidir como intervir no mercado sem comprometer as contas públicas. Por outro lado, Haddad atribui parte do problema ao impacto de commodities exportáveis, como leite e carne, que respondem à demanda global e à variação do dólar.

Mesmo assim, o ministro insiste que há espaço regulatório para reduzir custos. “Regulando melhor a portabilidade, entendemos que o trabalhador poderá fazer valer o benefício que recebe, tanto no supermercado quanto nos restaurantes”, afirmou Haddad.

Enquanto isso, os consumidores enfrentam aumentos constantes, e os produtores lidam com custos de produção elevados, que nem sempre são compensados pelo mercado interno. Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que, em dezembro, produtos básicos como batata tiveram queda de preço, mas outros itens essenciais, como a cenoura e o tomate, registraram altas expressivas.

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Analistas destacam que, sem uma política clara, o governo corre o risco de apenas “enxugar gelo”, enquanto tenta equilibrar a necessidade de garantir preços acessíveis com a manutenção da rentabilidade no setor produtivo.

A reunião desta sexta-feira é vista como mais uma tentativa de organizar uma estratégia que, até agora, parece carecer de consenso e planejamento. Para muitos, o tempo está se esgotando e as respostas precisam vir rapidamente para evitar um desgaste ainda maior com a população.

Fonte: Pensar Agro