Após uma semana de reuniões sem chegar a uma solução plausível, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou nesta sexta-feira (25.01) que o governo estuda a possibilidade de reduzir o Imposto de Importação para tentar baratear determinados produtos alimentícios. A medida, embora promissora no papel, já provoca debates sobre seus possíveis impactos no mercado interno e na produção agrícola.
Durante o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Costa defendeu a ideia de que a redução tarifária pode alinhar os preços internos com os do mercado internacional. “Se tornamos mais barato importar, haverá um movimento natural do mercado para equilibrar os preços.
O objetivo é garantir que o consumidor pague um valor mais justo, no mínimo compatível com o que é praticado lá fora”, afirmou o ministro. No entanto, ele destacou que não há espaço para intervenções heterodoxas, como subsídios, congelamento de preços ou tabelamento, medidas que foram descartadas pelo governo.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, por sua vez, lembrou que estratégias semelhantes já foram adotadas em casos pontuais, como na redução da tarifa de importação do arroz no ano passado, quando o produto enfrentava alta nos preços devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Apesar do impacto inicial, os efeitos da medida ainda são questionados, uma vez que os preços não recuaram de forma significativa para o consumidor final.
Enquanto isso, as incertezas permanecem. Apesar das projeções de uma safra recorde de 322,3 milhões de toneladas de grãos em 2025, desafios como o alto custo de produção, a dependência de insumos importados e os juros elevados continuam pressionando a cadeia produtiva. Especialistas alertam que a redução das alíquotas de importação pode desestimular o plantio de produtos estratégicos, como o milho, agravando ainda mais a situação no médio prazo.
O governo continua patinando em sua tentativa de equilibrar o jogo entre produção local e medidas de alívio pontuais no mercado e promete intensificar o suporte técnico e financeiro aos pequenos e médios produtores, os desafios estruturais, como a logística precária e o custo elevado dos insumos, continuam sendo uma barreira significativa para o avanço. O impasse, por enquanto, segue sem solução clara.
Fonte: Pensar Agro