O início de 2025 apresenta um cenário de aumento gradual, embora menos acentuado, nos preços do gado, após a alta registrada no final de 2024, que surpreendeu os analistas de mercado. Pecuaristas do Rio Grande do Sul têm observado esse movimento, com a Comissão de Relacionamento com o Mercado do Instituto Desenvolve Pecuária apontando uma elevação moderada dos preços, embora constante.
A seca deste verão tem causado uma redução na oferta de gado com bom acabamento para o abate, uma situação destacada por Fernanda Costabeber, presidente da Comissão. Segundo ela, a escassez de gado bem acabado ocorre devido à necessidade de alguns produtores de retirar os animais do campo precocemente. “O que estamos observando é um aumento no envio de gado com pouco acabamento de gordura, especialmente os animais mais leves, devido à exigência de alívio provocada pela seca”, explicou.
Apesar disso, os preços permanecem relativamente estáveis, com tendência de alta, uma vez que a oferta continua limitada. Essa escassez local tem levado os frigoríficos a importar carne de outros estados para atender à demanda, o que contribui para o ajuste da relação entre oferta, preço e demanda. Além disso, a forte alta do dólar tem impulsionado as exportações, outro fator que ajuda a manter os preços elevados.
Entretanto, a presidente do Instituto destaca a incerteza quanto ao impacto dessa subida de preços no mercado interno. “Não sabemos até que ponto o consumidor brasileiro será capaz de absorver esse aumento nos preços ou se haverá uma redução no consumo”, afirma Fernanda Costabeber. A preocupação com o aumento da inflação e sua influência na economia brasileira também foi mencionada, visto que o mercado interno continua sendo o principal cliente da carne produzida no país.
Embora o cenário de preços mais elevados seja favorável aos pecuaristas, a presidente do Instituto recomenda cautela na venda e reposição do gado. Ela alerta que não é possível prever até quando os preços continuarão a subir e qual será o teto dessa alta. Além disso, a elevação dos custos com insumos, agravada pela alta do dólar, diminui a margem de lucro dos produtores. Fernanda também chama atenção para os possíveis desequilíbrios financeiros que a seca e a necessidade de retirada antecipada dos animais podem gerar futuramente.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio