O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial brasileira, apresentou alta de 0,11% em janeiro, conforme divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado reflete uma desaceleração em comparação a dezembro, quando o índice havia avançado 0,34%. Ainda assim, ficou acima das expectativas de mercado, que previam uma deflação de 0,02% para o período.
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,50%, também inferior aos 4,71% registrados em dezembro, mas acima da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Alimentos pressionam alta do índice
O grupo “Alimentação e bebidas” foi o principal responsável pela elevação do IPCA-15 em janeiro, com alta de 1,06% e impacto de 0,23 ponto percentual no índice geral. Entre os itens que mais contribuíram estão o tomate, que subiu 17,12%, e o café moído, com alta de 7,07%. A alimentação em domicílio registrou aumento de 1,10%, enquanto a alimentação fora de casa desacelerou para 0,93%, após alta de 1,23% em dezembro.
A elevação dos preços de alimentos tem gerado preocupação no governo federal. Nesta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir com ministros para discutir medidas que possam reduzir os custos dos produtos alimentícios. Participarão do encontro os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).
Transportes também impactam índice
Outro grupo que pressionou o IPCA-15 em janeiro foi “Transportes”, com alta de 1,01%. O aumento foi puxado principalmente pelas passagens aéreas, que subiram 10,25%, representando o maior impacto individual no mês. Além disso, os combustíveis registraram alta de 0,67%, com destaque para o etanol (1,56%), óleo diesel (1,10%), gás veicular (1,04%) e gasolina (0,53%).
Outros reajustes, como nas tarifas de ônibus urbanos, passagens de trem e metrô e preços de táxis em algumas cidades, também contribuíram para o desempenho do grupo.
Energia elétrica ajuda a conter inflação
Por outro lado, o grupo “Habitação” registrou a única taxa negativa do mês, com queda de 3,43%, devido principalmente à redução de 15,46% no preço da energia elétrica residencial. O resultado reflete o desconto concedido pelo bônus de Itaipu, uma devolução referente ao saldo positivo da hidrelétrica em 2023. Estima-se que a medida beneficie pelo menos 78 milhões de pessoas, com descontos médios de R$ 16,66 na conta de janeiro, podendo chegar a R$ 49 em alguns casos.
Variação dos grupos em janeiro
- Alimentação e bebidas: +1,06%
- Habitação: -3,43%
- Artigos de residência: +0,72%
- Vestuário: +0,46%
- Transportes: +1,01%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,64%
- Despesas pessoais: +0,40%
- Educação: +0,25%
- Comunicação: +0,15%
Expectativa para a próxima reunião do Copom
Com o IPCA-15 ainda acima da meta do Banco Central, cresce a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa anunciar um novo aumento na taxa básica de juros (Selic) em sua reunião da próxima semana. A inflação persistente, impulsionada especialmente pelos preços dos alimentos, segue como um dos principais desafios para a política econômica do país.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio