O Processo de Criação das Principais Cultivares de Café da Epamig: Uma Jornada de Inovação e Qualidade

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Assim como um bom doce de leite ou um diamante raro, as grandes inovações requerem tempo e cuidado. Com esse mesmo princípio, as cultivares de café desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) buscam atender às necessidades dos produtores, combinando alta produtividade com qualidade superior.

Atualmente, a Epamig conta com quatro fazendas experimentais dedicadas à cafeicultura, nas quais são realizadas pesquisas que já resultaram em 21 cultivares registradas. Essas variedades foram desenvolvidas para resolver os desafios enfrentados pelos cafeicultores. De acordo com o pesquisador Denis Nadaleti, uma das principais demandas é o desenvolvimento de plantas resistentes ao déficit hídrico e às altas temperaturas, problemas recorrentes em diversas regiões produtoras.

Seleção e Avaliação das Cultivares

O processo de criação das novas cultivares começa com a seleção das plantas que servirão de genitores para o cruzamento. O objetivo é gerar uma primeira semente híbrida (F1), cujos descendentes serão plantados e avaliados por duas ou três safras. Ao longo desse período, os pesquisadores selecionam as plantas com as melhores características. Para Nadaleti, é essencial que a cultivar seja altamente produtiva, vigorosa e resistente a doenças como a ferrugem, além de possuir grãos de maior tamanho e boa qualidade de bebida, especialmente com a crescente demanda por cafés especiais. Outras características desejadas incluem resistência a pragas, boa adaptação à poda e alta eficiência na colheita mecanizada.

Após o cruzamento inicial, as sementes seguem um processo rigoroso de avaliação em diversas safras. A primeira semente híbrida, chamada F1, dá origem a novas gerações (F2, F3, F4), que continuam sendo testadas e selecionadas. Segundo Nadaleti, o processo de avaliação pode levar até seis anos para as primeiras sementes, e a cultivar só é registrada a partir da F4. Isso significa que, em média, pode-se levar de 20 a 30 anos para que uma nova variedade de café esteja pronta para comercialização.

Cultivares de Sucesso

Dentre as várias cultivares desenvolvidas pela Epamig, a MGS Paraíso 2 se destaca. Amplamente cultivada nas regiões Sul de Minas e Cerrado, ela se mostrou altamente adaptável e tem sido aclamada em diversos concursos, incluindo o “Best of the Best” no 8º Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy (2023). A cultivar também conquistou prêmios no Concurso de Melhores Cafés da Cocatrel e no 12º Prêmio da Região do Cerrado Mineiro.

Além da MGS Paraíso 2, a Epamig também tem outras cultivares promissoras, como a MGS Ametista e a MGS Epamig 1194, recomendadas para a região do Cerrado, e a MGS Catucaí Pioneira, ideal para o Sul de Minas.

As mudas das cultivares de café Arábica da Epamig estão disponíveis para comercialização nos campos experimentais da empresa em Machado, e as sementes podem ser adquiridas em diversas localidades, como Machado, Três Pontas, São Sebastião do Paraíso e Patrocínio, com a recomendação de cultivo específica para cada região.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio