Perícia constata que sogro de mulher presa por suspeita de envenenar bolo no RS também ingeriu arsênio antes de morrer

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Homem morreu por infecção intestinal em setembro de 2024 após consumir produtos levados pela nora durante uma visita.

Paulo Luiz dos Anjossogro da mulher presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres, no Litoral do Rio Grande do Sul, também ingeriu arsênio antes de morrer, segundo apurou o jornal Zero Hora.

Exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) constataram isso depois do corpo ser exumado, na quarta-feira (8). Paulo morreu em setembro, após consumir bananas e leite em pó, alimentos levados à casa dele, em Arroio do Sal, pela nora Deise Moura dos Anjos, que está presa por suspeita de ter usado a mesma substância para envenenar o bolo de Natal – três pessoas morreram (saiba mais abaixo).

A sogra dela, esposa de Paulo, é Zeli dos Anjos, que fez o bolo e segue hospitalizada.

O resultado do trabalho será anunciado por autoridades em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (10).

Paulo Luiz dos Anjos e Zeil dos Anjos em foto nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes sociais

Paulo Luiz dos Anjos e Zeil dos Anjos em foto nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes sociais

Exumação

O IGP fez, na quarta, a exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos.

O corpo estava sepultado em Canoas, cidade onde ele residiu com a esposa, Zeli dos Anjos. A Polícia Civil pediu a exumação do corpo de Paulo Luiz ao IGP porque suspeita que ele tenha sido morto por envenenamento – hipótese que só foi levantada após o caso do bolo começar a ser investigado. O resultado da exumação pode confirmar isso.

Paulo Luiz morreu, no começo de setembro de 2024, de infecção intestinal após tomar café com leite em pó e comer bananas. Zeli também passou mal. Dias antes, em agosto, Deise, junto do marido e do filho, foram visitar o casal – e eles levaram produtos de limpeza, flores, leite em pófarinha bananas.

IGP faz exumação do corpo do sogro da mulher suspeita de envenenar bolo que matou 3 pessoas no RS — Foto: RBS TV

IGP faz exumação do corpo do sogro da mulher suspeita de envenenar bolo que matou 3 pessoas no RS — Foto: RBS TV

Foi Zeli quem fez o bolo e levou para a festa de fim de ano familiar na cidade do Litoral do RS. A perícia do IGP constatou que a farinha usada para fazer o doce é que foi envenenada com arsênio – veneno que já havia sido encontrado no corpo das vítimas pelo hospital onde elas receberam atendimento.

“Vamos exumar o corpo deste senhor para verificar se houve envenenamento também”, explicou, na ocasião da exumação, o delegado Marcos Vinícius Veloso, responsável pela investigação.

Deise é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Uma perícia feita no celular de Deise constatou que ela pesquisou pela internet em lojas virtuais, em 18 de novembro, por “veneno para o coração” e “veneno para humanos” enquanto estava na casa da sogra. Termos parecidos, relacionados a “arsênio”, foram pesquisados por ela por cerca de 100 vezes.

Relembre o caso

Vítimas do caso do bolo em Torres — Foto: Reprodução/RBS TV

Vítimas do caso do bolo em Torres — Foto: Reprodução/RBS TV

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa na cidade de Torres, durante um café da tarde em 23 de dezembro, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital onde receberam atendimento. Neuza Denize Silva dos Anjos teve a morte divulgada como “choque pós-intoxicação alimentar”.

Segundo o delegado Veloso, Zeli foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela.

Conforme a investigação policial, a relação entre nora e sogra era difícil desde o início da relação, que existia há cerca de 20 anos. No entanto, a motivação para o crime não está clara. A Polícia Civil não entra em detalhes a respeito de quem seria o alvo objetivo de Deise ao envenenar a farinha do bolo, quando fez isso e onde obteve o veneno.

Celulares de pessoas relacionadas com a família foram apreendidos para perícia. Entre eles, está o telefone do marido de Deise – filho de Zeli. Apesar disso, a polícia sinaliza que ele não é tratado como suspeito do crime.

Por RBS TV e g1 RS