Preços da Soja sobem no Brasil impulsionados pela seca na Argentina e pela postura moderada de Trump

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Os preços da soja no mercado brasileiro apresentaram valorização nesta semana, impulsionados pela melhora nos preços internacionais e pela escassez de chuvas na Argentina. Aproveitando o cenário favorável, os produtores intensificaram a comercialização, refletindo um aumento nas cotações, mesmo com a queda do dólar. As futuras cotações na Bolsa de Chicago, em especial, exerceram pressão positiva sobre os preços internos.

Na última semana, a saca de 60 quilos subiu para R$ 137,00 em Passo Fundo (RS), de R$ 132,00, e para R$ 128,00 em Cascavel (PR), de R$ 123,00. Em Rondonópolis (MT), o valor se manteve estável em R$ 116,50, enquanto no Porto de Paranaguá, houve valorização de R$ 132,00 para R$ 134,00.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em março acumulavam alta de 1,84% até a manhã de sexta-feira, 24, com o bushel sendo cotado a US$ 10,53, atingindo seus maiores níveis em seis meses ao longo da semana.

A escassez de chuvas na Argentina tem gerado incertezas quanto à produção daquele país, o que levou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires a reduzir sua estimativa para 49,6 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, a falta de precipitações no Rio Grande do Sul e o excesso no Mato Grosso têm gerado atrasos na colheita no estado mato-grossense.

Além disso, os operadores continuam atentos aos primeiros passos do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Até o momento, a postura do novo governo tem sido mais moderada em relação à política de tarifas. Trump anunciou nesta semana uma tarifa de 10% sobre a China, mas o mercado demonstra otimismo com sua disposição para negociar.

Essa abordagem moderada diminui a probabilidade de uma guerra comercial intensa entre os Estados Unidos e a China, o que, por sua vez, limita a aceleração da demanda chinesa pela soja da América do Sul. A suspensão das compras chinesas de soja de cinco empresas brasileiras também gerou especulações sobre um possível deslocamento das aquisições para os Estados Unidos.

Na sexta-feira, as cotações em Chicago recuaram após o anúncio do governo argentino sobre a redução das tarifas de exportação. O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou uma diminuição nas tarifas de exportação do setor agrícola a partir de segunda-feira (27) até 30 de junho, além da eliminação das tarifas para as economias regionais.

As tarifas de exportação da soja foram reduzidas de 33% para 26%, e as de farelo e óleo de soja de 31% para 24,5%. Além disso, as tarifas sobre trigo, milho, cevada e sorgo diminuíram de 12% para 9,5%, enquanto as tarifas sobre o girassol caíram de 7% para 5,5%. Caputo justificou a medida como uma forma de sinalizar ao setor, embora tenha enfatizado que não há recursos para eliminar as tarifas permanentemente.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio