Raízen Interrompe Previsões de Resultados Após Quebra de Safra de 27%

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A Raízen registrou uma quebra de 27% na moagem de cana-de-açúcar no terceiro trimestre da safra 2024/25 (de outubro a dezembro), em comparação com o mesmo período da temporada passada, comprometendo os volumes de produção e vendas. Em decorrência desse desempenho abaixo do esperado, a empresa optou por suspender a divulgação de suas projeções de resultados operacionais e financeiros para o restante da safra.

De acordo com a prévia operacional divulgada na sexta-feira, 17, a companhia processou 13,8 milhões de toneladas de cana no trimestre, um declínio significativo em relação às 18,8 milhões de toneladas processadas no mesmo período do ano anterior. A redução na moagem foi causada principalmente pela forte estiagem e pelos incêndios, que prejudicaram a produtividade nas plantações.

O rendimento agrícola sofreu uma queda de 13% em relação ao ano anterior, atingindo 67 toneladas por hectare. Embora tenha ocorrido um aumento na concentração de sacarose na cana, a capacidade de conversão industrial do Açúcar Total Recuperável (ATR) em açúcar foi comprometida, resultando em uma redução de pelo menos 21,8% na produção de açúcar equivalente, que caiu para 1,9 milhão de toneladas na estimativa mais otimista, ou 1,8 milhão de toneladas na previsão mais pessimista. Esses dados ainda não foram auditados.

Vendas e Desempenho no Mercado

Em termos de vendas, a Raízen observou uma queda de 10% no volume de açúcar próprio comercializado, que totalizou 1,168 milhão de toneladas. Os preços também apresentaram uma retração, com uma diminuição estimada de 6,2% a 11,8%, variando entre R$ 2.550 e R$ 2.400 por tonelada.

Por outro lado, as vendas de etanol próprio aumentaram, impulsionadas pela maior produção alcooleira, já que a dificuldade de conversão do caldo em açúcar favoreceu a produção de biocombustível. O volume de etanol vendido subiu 21,4%, atingindo 895 milhões de litros, refletindo também o bom momento dos preços. O valor médio de venda do etanol variou entre R$ 2.800 e R$ 2.950 por metro cúbico, em comparação aos R$ 2.599 no ano anterior.

A produção de etanol celulósico também apresentou recuperação após a manutenção da planta de Bonfim, com a produção de E2G mais do que dobrando, alcançando 1,5 milhão de litros no trimestre, em comparação com o ano anterior.

Impactos no Setor de Energia e Mobilidade

No segmento de energia, a produção de energia cogenerada a partir do bagaço de cana também foi afetada pelas condições climáticas. O volume de energia própria comercializada caiu 21,7%, para 443 megawatts-hora (MWh), embora o preço executado tenha aumentado, variando entre R$ 270 e R$ 320 o MWh, devido à alta no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

No setor de mobilidade, a Raízen registrou uma queda no volume de combustíveis comercializados no Brasil, que passou de 7,132 bilhões de litros para um intervalo estimado entre 6,8 bilhões e 6,9 bilhões de litros. No entanto, no mercado da América Latina (Argentina e Paraguai), o volume de combustíveis vendidos aumentou de 1,886 bilhão de litros para um intervalo entre 1,9 bilhão e 2 bilhões de litros.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio