A safra de cana-de-açúcar 2024/2025 registrou uma produtividade média de 79,8 toneladas por hectare, superando a média histórica de 78,1 toneladas por hectare. Esse desempenho positivo é atribuído à adoção de novas variedades e ao uso de tecnologias avançadas, que, segundo estudos, podem aumentar a produtividade em pelo menos 20%. Esse avanço pode gerar até 2 toneladas adicionais de açúcar por hectare, conforme pesquisa do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que analisou dados de mais de 175 usinas responsáveis por 80% da moagem no Centro-Sul do Brasil.
Contudo, a safra enfrentou desafios climáticos consideráveis. Estimativas indicam que incêndios afetaram cerca de 414 mil hectares de canaviais, impactando diretamente a produtividade. A seca severa dificultou a recuperação das lavouras jovens, enquanto eventos climáticos extremos, como o fenômeno “triplo 30” – caracterizado por temperaturas acima de 30°C, ventos superiores a 30 km/h e umidade relativa abaixo de 30% – agravaram ainda mais a situação.
Para o ciclo 2025/2026, projeta-se uma moagem próxima de 600 milhões de toneladas, embora algumas consultorias, como o Rabobank, prevejam volumes menores devido à necessidade de replantio em áreas afetadas pelos incêndios e pelas condições adversas. A redução temporária de 187 mil hectares destinados ao replantio pode impactar a oferta de matéria-prima no curto prazo, mas novas tecnologias e variedades mais resilientes prometem mitigar perdas futuras e melhorar a sustentabilidade do setor.
Perspectivas para o Futuro: Inovação e Resiliência Climática
Com a previsão de neutralidade climática no verão de 2025, sem a influência significativa de fenômenos como La Niña ou El Niño, especialistas acreditam que o período de março a maio será crucial para determinar o potencial produtivo da safra. A aplicação de novas variedades de cana-de-açúcar, mais modernas e resistentes às adversidades climáticas e pragas, é vista como essencial para manter os níveis de produtividade e rentabilidade do setor.
Financeiramente, a adoção dessas variedades pode gerar ganhos substanciais. Estima-se que, ao aplicar novas tecnologias em áreas limitadas, o lucro bruto adicional seja de cerca de R$ 3 milhões ao longo de cinco anos. Caso a adoção seja expandida para áreas maiores, esse valor pode dobrar, evidenciando a importância da inovação no setor.
A biotecnologia continua sendo uma aliada estratégica para enfrentar os desafios, especialmente nas regiões mais suscetíveis a pragas como a broca-da-cana. O desenvolvimento de variedades geneticamente modificadas, mais produtivas e resilientes, coloca o Brasil como referência global na produção sucroenergética.
Embora a safra 2024/2025 tenha enfrentado desafios climáticos e estruturais, o futuro da cana-de-açúcar no Brasil é promissor. Com a integração de tecnologias de ponta, práticas de manejo adequadas e investimentos contínuos em inovação, o setor canavieiro segue fortalecido, mantendo sua competitividade tanto no mercado interno quanto externo e consolidando o agronegócio como um pilar essencial da economia brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio