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Taxa de Lotação de Animais Indevida Pode Comprometer a Qualidade da Pastagem e Reduzir a Rentabilidade

A qualidade da pastagem desempenha um papel crucial na produção pecuária, sendo a principal fonte de alimentação para os animais e contribuindo para a produção de carne e leite. Além disso, uma pastagem bem manejada pode resultar na redução de custos e melhorar a sustentabilidade das propriedades rurais. Contudo, para que essa ferramenta seja eficiente, é fundamental que o manejo da pastagem seja realizado com atenção, a fim de evitar problemas comuns, como o pasto “rapado” e o pasto “passado”.

Segundo Wayron Castro, zootecnista e técnico de sementes da Sementes Oeste Paulista (Soesp), esses problemas surgem devido a erros no ajuste da taxa de lotação. “O pasto fica ‘rapado’ quando há mais animais do que a área pode suportar. Já o pasto ‘passado’ ocorre quando a lotação de animais é insuficiente”, explica Castro.

Esse desequilíbrio no manejo também pode ocorrer quando o pecuarista mantém uma taxa de lotação constante durante o ano inteiro. Durante o período das chuvas, a pastagem tem uma capacidade de produção maior, mas, na seca, ocorre uma redução na produção de forragem, o que compromete a recuperação da pastagem para o próximo ciclo. Castro detalha: “A planta precisa de uma altura mínima e reservas suficientes para realizar a fotossíntese quando recebe estímulos de sol e nutrientes”.

Taxa de Lotação e Capacidade de Suporte: Diferenças Importantes

É fundamental distinguir dois conceitos essenciais: a taxa de lotação e a capacidade de suporte. A taxa de lotação refere-se ao número de animais que a pastagem pode sustentar, enquanto a capacidade de suporte está relacionada ao que a forrageira consegue entregar em termos de produção. Castro recomenda que os pecuaristas realizem coletas periódicas de amostras da pastagem ao longo do ano para avaliar mensalmente a capacidade de cada área.

Estratégias para o Manejo Eficiente da Pastagem

Além de monitorar a qualidade e a capacidade da pastagem, é necessário que o pecuarista planeje adequadamente o trato dos animais, principalmente durante o período das chuvas. Castro sugere que, se durante a estação das águas a fazenda suporta três animais por hectare, esse número deve ser reduzido para um animal por hectare durante a seca. Isso requer o planejamento de estoque de volumoso, como silagem ou feno, para garantir alimento suficiente para os animais durante o período seco.

A falta de planejamento pode levar o produtor a enfrentar dificuldades entre julho e agosto, quando o pasto de qualidade já pode ter se esgotado, obrigando o pecuarista a buscar alternativas como o arrendamento de terras ou o transporte dos animais para áreas distantes. Castro destaca que, ao produzir silagem ou volumoso na própria propriedade, o criador garante maior segurança e reduz os custos com transporte e risco de deslocamento dos animais.

Dicas para Maximizar a Produtividade e Minimizar Custos

Castro orienta que o pecuarista adote estratégias que garantam oferta contínua de pastagem sem exigir grandes investimentos. Uma das recomendações é cultivar de 20% a 30% dos pastos com forrageiras do gênero Panicum, que são mais produtivas que as Brachiarias. Essas forrageiras, por suportarem alta carga animal, permitem que o produtor adube apenas as áreas com Panicum, otimizando recursos.

A rotação de pastagem também é uma prática importante, pois permite estocar forragem para o período da seca. “A fazenda deve ser tratada como uma loja: precisa ter estoque”, enfatiza o zootecnista. O planejamento forrageiro deve começar na entressafra e não durante a época das chuvas. Com insumos já comprados e o manejo organizado, o produtor consegue reduzir custos e melhorar suas condições de pagamento, gerando lucro no final da safra.

Em resumo, a adoção de boas práticas no manejo da pastagem e no ajuste da taxa de lotação são essenciais para garantir a produtividade da propriedade, a qualidade da alimentação animal e a rentabilidade do negócio.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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