O governo federal anunciou nesta terça-feira (18) a prorrogação do prazo para o aumento da mistura de biodiesel no diesel comercializado no país. Com a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a proporção de biodiesel permanecerá em 14%, ao invés de subir para 15% a partir de 1º de março, como previsto inicialmente. O adiamento foi justificado pela possibilidade de um impacto no custo do combustível e, consequentemente, nos preços dos alimentos.
De acordo com o analista Gabriel Castagnino Viana, da consultoria Safras & Mercado, o mercado brasileiro já enfrentaria uma queda natural nos preços internos do óleo de soja e da commodity devido ao avanço da colheita, que vinha sofrendo atrasos. “O adiamento do B15 exercerá uma pressão ainda maior sobre os preços do óleo de soja, revertendo o cenário anterior, que apontava para uma sustentação das cotações”, avalia Viana.
Embora o complexo da soja já estivesse em tendência de baixa com a intensificação da colheita, o analista destaca que a demanda do setor de biodiesel poderia ter sustentado os preços do óleo de soja a partir de março. Com a expectativa de uma desvalorização ainda maior, o farelo de soja pode acabar se beneficiando. “Parte da indústria reduzirá o esmagamento da soja, o que pode elevar os custos da nutrição animal e, consequentemente, impactar os preços da carne”, explica.
Por fim, Viana ressalta que, diante desse cenário, o Brasil precisaria aumentar suas exportações. No entanto, essa estratégia pode enfrentar desafios devido à expectativa de uma safra cheia na Argentina, impulsionada por incentivos econômicos, apesar das dificuldades climáticas enfrentadas pelo país.
Fonte: Portal do Agronegócio
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