Agronegócio paulista inicia o ano com superávit, mas registra desempenho inferior a 2024

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O agronegócio paulista fechou janeiro de 2025 com um superávit de US$ 1,64 bilhão, resultado 20% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. O saldo foi impactado pela queda de 15% nas exportações, que somaram US$ 2,16 bilhões, enquanto as importações cresceram 6,1%, alcançando US$ 0,52 bilhão.

As exportações do agronegócio representaram 45,3% do total exportado pelo estado de São Paulo, enquanto as importações corresponderam a 7,7%, segundo levantamento realizado pelo coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Carlos Nabil Ghobril, e pelos pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado.

Apesar do desempenho inferior ao de 2024, o setor agropecuário foi determinante para mitigar o déficit comercial paulista, que atingiu US$ 3,59 bilhões nos demais segmentos da economia.

Principais produtos exportados

Os cinco grupos que mais contribuíram para as exportações do agronegócio paulista em janeiro foram:

  • Complexo sucroalcooleiro (27,8% do total exportado pelo setor): US$ 599,47 milhões (açúcar 89,3% e etanol 10,7%).
  • Sucos (15,5%): US$ 334,41 milhões (99% de suco de laranja).
  • Produtos florestais (13,1%): US$ 282,39 milhões (58,6% celulose e 33,7% papel).
  • Carnes (12,7%): US$ 274,09 milhões (82,4% carne bovina).
  • Café (7,7%): US$ 166,43 milhões (71,1% café verde e 25,3% café solúvel).

Esses cinco segmentos representaram 76,8% das exportações do agronegócio paulista. O complexo soja, que registrou US$ 40,10 milhões em exportações, ficou na décima posição, com expectativa de crescimento a partir de fevereiro, impulsionado pelo avanço da colheita.

Em relação a janeiro de 2024, houve avanço nas exportações de café (+82,7%), sucos (+33,6%), produtos florestais (+27,2%) e carnes (+9,8%). Em contrapartida, o complexo sucroalcooleiro (-52,0%) e o complexo soja (-32,5%) apresentaram retração significativa.

Importações do agronegócio paulista

Os principais produtos importados pelo agronegócio paulista em janeiro foram:

  • Salmão: US$ 46,51 milhões
  • Papel: US$ 40,32 milhões
  • Trigo: US$ 30,48 milhões

Os dez principais produtos importados somaram US$ 242,97 milhões, representando 47,2% das importações do setor agropecuário paulista, que totalizaram US$ 515,28 milhões.

Participação de São Paulo no agronegócio brasileiro

O estado de São Paulo foi responsável por 19,6% das exportações do agronegócio brasileiro em janeiro de 2025, uma queda de 2,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. No mesmo período, as importações estaduais no setor diminuíram de 29,2% para 28,3%.

Os segmentos com maior expressividade nas exportações brasileiras foram: sucos (88,2%), produtos alimentícios diversos (71,5%), produtos de origem vegetal (65,9%) e complexo sucroalcooleiro (54,4%).

São Paulo manteve a liderança nacional nas exportações do agronegócio, seguido por Mato Grosso (13,2%), Minas Gerais (12,3%), Rio Grande do Sul (11,0%), Paraná (10,3%) e Mato Grosso do Sul (6,5%). Juntos, esses estados responderam por 72,9% das exportações totais do setor.

Panorama nacional do agronegócio

No cenário nacional, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 11,00 bilhões em janeiro de 2025, uma queda de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, as importações cresceram 9,5%, totalizando US$ 1,84 bilhão. O saldo comercial do setor permaneceu superavitário em US$ 9,16 bilhões, com retração de 7,8% na comparação anual.

Os cinco principais produtos exportados pelo Brasil foram:

  • Carnes: US$ 2,08 bilhões (47,8% bovina, 38,9% frango, 11,1% suína).
  • Produtos florestais: US$ 1,52 bilhão (67,3% celulose, 19,5% madeira).
  • Café: US$ 1,45 bilhão (91,3% café verde, 8,0% café solúvel).
  • Complexo soja: US$ 1,11 bilhão (39,1% soja em grão, 52,7% farelo de soja).
  • Complexo sucroalcooleiro: US$ 1,10 bilhão (90,3% açúcar, 9,6% etanol).

Apesar da desaceleração nas exportações, o agronegócio segue desempenhando um papel estratégico para a balança comercial brasileira, atenuando o déficit gerado por outros setores da economia.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio