Brasil bate recorde de registros de agrotóxicos em 2024

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O Brasil atingiu um novo recorde na liberação de registros de agrotóxicos em 2024, com um total de 663 aprovações, um crescimento de 19,45% em comparação com o ano anterior. O destaque ficou para os produtos formulados com base em produto técnico equivalente, conhecidos como “formulados genéricos”, que somaram 327 novos registros, consolidando sua importância no mercado.

Crescimento expressivo e ampliação do acesso ao mercado

Nos últimos anos, o número de registros aprovados tem aumentado significativamente, especialmente a partir de 2017, quando ultrapassou a marca de 400 registros anuais. A categoria de produtos formulados genéricos apresentou um salto expressivo de 52,09% em relação a 2023, refletindo a crescente demanda por alternativas mais acessíveis no setor agrícola.

Além dos genéricos, outras categorias também registraram crescimento, como os produtos formulados para a agricultura orgânica, que avançaram 54,29%, e os produtos técnicos equivalentes, com alta de 8,94%. Esse cenário favorece a diversificação e a competitividade no mercado de defensivos agrícolas.

Principais empresas registrantes e tendências do setor

Entre as empresas que mais aprovaram registros em 2024, destacam-se consultorias e fabricantes de insumos agrícolas. A AllierBrasil lidera com 12,54% das aprovações, seguida por Rainbow (8,26%), Sumitomo (6,42%) e Nortox (6,12%). No acumulado dos últimos 15 anos, dez empresas concentram quase metade dos registros de produtos formulados genéricos, evidenciando a relevância das grandes corporações no setor.

No período de 2020 a 2024, os ingredientes ativos mais registrados foram glifosato, glufosinato, azoxistrobina, clorotalonil, fipronil, imidacloprido, mancozebe, sulfentrazona, atrazina e 2,4-D. No entanto, a demora no processo de aprovação pode resultar em um mercado saturado quando os produtos finalmente chegam às prateleiras. Além disso, há casos de registros concedidos para ingredientes ativos que, pouco depois, acabam sendo banidos, como ocorreu com o carbendazim, proibido pela Anvisa em 2022.

Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar do recorde de aprovações, o acesso efetivo ao mercado não está garantido para todas as empresas. A elevada concorrência, a necessidade de planejamento estratégico e os desafios regulatórios são fatores que impactam a viabilidade dos produtos registrados. Para se destacar, as companhias precisam escolher com precisão seus ingredientes ativos e fornecedores, além de agir com agilidade no processo de registro.

O avanço no número de registros também evidencia a complexidade do setor. Embora o patamar atual seja significativamente superior ao de anos anteriores, o processo de liberação de defensivos agrícolas ainda enfrenta morosidade, altos custos e insegurança jurídica.

Esses e outros temas serão debatidos no Agrochemical TradeShow São Paulo, nos dias 16 e 17 de abril, evento que reunirá especialistas e representantes do setor para discutir tendências, desafios e oportunidades no mercado de agrotóxicos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio