Controle da Sigatoka-Negra Impulsiona a Produção de Banana na Amazônia Ocidental

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A produção de banana nos estados da Amazônia Ocidental – Amazonas, Acre e Rondônia – vivenciou um crescimento expressivo nos últimos anos, impulsionado por uma técnica desenvolvida pela Embrapa Amazônia Ocidental. A solução, que utiliza fungicida para controlar a Sigatoka-negra, tem demonstrado ser eficaz no aumento da produtividade, além de permitir o retorno de variedades tradicionais ao mercado, vitalizando a bananicultura na região e promovendo maior segurança para os produtores.

Essa técnica, já aplicada desde 2009, tem sido considerada um divisor de águas no combate à Sigatoka-negra, doença que afeta as bananeiras e compromete a produção. Em um estudo realizado pela Embrapa, os impactos da tecnologia ao longo dos últimos 15 anos nos três estados foram analisados, destacando melhorias econômicas, sociais e ambientais. A adoção dessa técnica tem sido um instrumento essencial para a continuidade do cultivo de bananas na região, além de garantir acesso a esse alimento tradicional nas mesas de famílias amazônicas.

Expansão e Sustentabilidade no Mercado de Banana

A perspectiva é de que, com a superação de desafios estruturais, como a instalação de casas de embalagens e o aprimoramento no controle da Sigatoka-negra, a área cultivada com bananas aumente significativamente. Isso permitirá que os produtores acessem mercados além das fronteiras regionais, ampliando sua comercialização para estados vizinhos.

A tecnologia, validada pelos centros de pesquisa da Embrapa nos estados do Acre e Rondônia, se baseia em um equipamento adaptado que permite a aplicação precisa de fungicida na axila da segunda folha da bananeira. Essa abordagem evita a dispersão do produto e exige apenas três aplicações por ciclo produtivo, o que contribui para a redução do uso de insumos e, consequentemente, para a sustentabilidade da produção.

Retorno das Variedades Tradicionais e Crescimento na Produção

Historicamente, a Sigatoka-negra causou uma redução substancial de bananais cultivados com variedades tradicionais, como a Prata Comum, Maçã e Pacovan. Contudo, com a aplicação da técnica de controle, essas variedades começaram a retornar aos mercados locais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2022, os estados da Amazônia Ocidental registraram um aumento significativo na produção de bananas, destacando-se em termos de produtividade.

No Acre, a produção passou de 77,7 mil para 82,8 mil toneladas, com um aumento de produtividade de 10,6 t/ha para 12,4 t/ha. No Amazonas, a produção cresceu moderadamente, passando de 84,7 mil para 88,7 mil toneladas, com um aumento de produtividade de 12,7 t/ha para 14,4 t/ha. Em Rondônia, a produção subiu de 70,6 mil para 81,9 mil toneladas, com um expressivo aumento de produtividade, que saltou de 8,5 t/ha para 11,6 t/ha.

Logística e Mercado Consumidor

Em termos logísticos, a cidade de Manaus (AM) representa o principal mercado consumidor da banana da região, embora sua produção não seja suficiente para suprir a demanda. Para contornar essa limitação, foi desenvolvido um arranjo logístico eficiente, que envolve o transporte rodoviário e hidroviário de bananas do Acre e Rondônia para Manaus, permitindo que os produtores da região forneçam ao mercado local.

A agricultora Cristiana Gomes, de Presidente Figueiredo (AM), testemunha o impacto positivo da tecnologia em sua produção, permitindo que ela continue cultivando a banana Pacovan, uma variedade muito procurada pelos consumidores. A comercialização da banana tem gerado renda para os produtores, que investem no aumento da área plantada e na diversificação das atividades, como o cultivo de maracujá, melancia, açaí, entre outras culturas.

Impacto Cultural e Econômico

A tecnologia da Embrapa tem sido um importante motor para o desenvolvimento econômico e cultural da Amazônia Ocidental. Não só tem permitido o retorno de variedades tradicionais de banana ao mercado, mas também tem contribuído para a geração de renda e o fortalecimento da economia local, promovendo a sustentabilidade das propriedades e a preservação de práticas culturais enraizadas nas comunidades.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio