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Desafios para a safra no RS: clima adverso e crédito rural sob pressão

As condições da safra no Rio Grande do Sul seguem uma dinâmica distinta do restante do país. Enquanto o Centro-Oeste se aproxima de uma colheita recorde, os produtores gaúchos enfrentam perdas expressivas devido a eventos climáticos extremos. Nos últimos cinco ciclos produtivos, quatro foram marcados por secas severas ou chuvas excessivas, comprometendo a produtividade em diferentes regiões do estado.

“O Rio Grande do Sul possui uma geografia agrícola diversa, e a quebra de safra não acontece de maneira uniforme. As perdas são mais intensas na metade Sul e na região das Missões, enquanto áreas da Serra e do Planalto devem registrar colheitas mais próximas da normalidade”, explica Marcos Rubin, fundador da Veeries.

Uma alternativa que tem minimizado os prejuízos para alguns produtores é a rotação entre soja e arroz, especialmente diante dos preços atrativos do cereal na safra 2024/25. No entanto, essa estratégia não se aplica a todas as regiões e enfrenta um obstáculo relevante: o alto custo de arrendamento, que ultrapassa 20 sacas por hectare em muitos casos, comprometendo a viabilidade econômica da produção.

Além dos desafios climáticos, o crédito rural se apresenta como outro grande entrave. Com perdas significativas, cresce o risco de inadimplência e restrições ao financiamento, dificultando o planejamento da próxima safra. Por outro lado, a metade Sul do estado ainda se configura como uma fronteira agrícola pouco explorada, com potencial de expansão para produtores que adotarem um planejamento estratégico adequado às particularidades da região.

“Os desafios climáticos e financeiros do Rio Grande do Sul não são eventos isolados, mas sim um padrão que exige adaptações estratégicas. O setor precisa estar preparado para oscilações cada vez mais frequentes, repensar os modelos de financiamento e buscar soluções que garantam a sustentabilidade econômica do produtor rural. Se, por um lado, a safra de 2025 inspira preocupação, por outro, o estado segue como um polo agrícola fundamental, com oportunidades de crescimento e diversificação para quem souber enfrentar esse cenário com resiliência e estratégia”, conclui Rubin.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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