Disputa tarifária entre Brasil e EUA reacende tensões no comércio de etanol e açúcar

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As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos enfrentam um novo impasse, desta vez envolvendo o etanol e o açúcar. O governo norte-americano estuda a imposição de novas tarifas sobre o etanol brasileiro, enquanto o Brasil busca reciprocidade no comércio de açúcar, enfrentando barreiras significativas para acessar o mercado dos EUA. A disputa pode afetar os preços, as exportações e os acordos bilaterais, alterando a dinâmica do comércio entre as duas economias.

Plano de tarifas recíprocas dos EUA

Em fevereiro de 2025, o presidente Donald Trump anunciou o “Plano Justo e Recíproco”, uma iniciativa que pretende equilibrar as relações comerciais dos EUA com outros países. Segundo o plano, os parceiros comerciais impõem tarifas desproporcionais sobre produtos norte-americanos, prejudicando a competitividade da indústria dos EUA. Trump citou como exemplo a disparidade na taxação do etanol: enquanto os EUA aplicam uma tarifa de apenas 2,5% sobre o etanol brasileiro, o Brasil impõe uma alíquota de 18% sobre o produto norte-americano.

Além disso, o plano também questiona as altas tarifas aplicadas pelo governo dos EUA sobre o açúcar brasileiro, que podem ultrapassar 80% em alguns casos, dificultando as exportações do Brasil para o mercado norte-americano. A proposta busca garantir maior equidade nas relações comerciais e proteger os interesses econômicos dos EUA.

Como funcionam as tarifas?
  • As tarifas de importação são ferramentas utilizadas pelos governos para proteger a produção interna e equilibrar o comércio internacional. No caso do etanol, os números atuais revelam uma discrepância:
  • O Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o etanol importado dos EUA.
  • Os EUA aplicam apenas 2,5% de taxa ao etanol brasileiro.
  • O Brasil também restringe a participação do etanol norte-americano no programa RenovaBio, dificultando sua competitividade no mercado interno.
  • Já no comércio de açúcar, as barreiras tarifárias são ainda mais rígidas para o Brasil. A tarifa imposta pelo governo norte-americano pode ultrapassar 80%, tornando a exportação do produto inviável além das cotas estabelecidas.
Possíveis impactos da disputa

Caso os EUA optem por impor novas tarifas ao etanol brasileiro, os impactos podem ser significativos para ambas as economias:

  • Para o Brasil: A competitividade das exportações de etanol para os EUA pode diminuir, afetando diretamente produtores do Centro-Sul, onde a cana-de-açúcar é essencial para a economia.
  • Para os EUA: Refinarias norte-americanas, especialmente na Califórnia, que dependem do etanol brasileiro, podem enfrentar aumento nos custos de produção, refletindo nos preços finais do combustível.
  • Para os consumidores: As tarifas recíprocas podem elevar os preços dos combustíveis e dos produtos derivados do açúcar em ambos os países.
O futuro do Brasil no mercado global de biocombustíveis

A disputa comercial evidencia um desafio maior para o Brasil: manter sua relevância no mercado internacional de biocombustíveis. O etanol brasileiro é reconhecido por sua baixa pegada de carbono e eficiência na redução de emissões de CO₂. Caso os EUA ampliem as barreiras tarifárias, o Brasil poderá buscar alternativas, fortalecendo suas exportações para a União Europeia e países asiáticos.

O desfecho desse embate tarifário influenciará não apenas o futuro do setor de etanol e açúcar, mas também o posicionamento das duas potências na economia global.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio