Dólar inicia pregão com foco na inflação dos EUA e dados de serviços no Brasil

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O dólar começa o pregão desta quarta-feira, 12 de fevereiro, com atenção voltada para a divulgação de novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos, o que pode fornecer pistas sobre os próximos passos da política monetária americana. No dia anterior, a moeda norte-americana apresentou uma queda de 0,31%, fechando a R$ 5,7672. O índice Ibovespa, por sua vez, encerrou o dia com alta de 0,76%, atingindo os 126.522 pontos.

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, interrompeu recentemente o ciclo de redução das taxas de juros, uma vez que a inflação voltou a acelerar e se manteve acima da meta da instituição. A política tarifária do presidente Donald Trump também agrava esse cenário, pois produtos fabricados nos EUA ou que dependem de insumos importados devem se tornar mais caros, potencializando o aumento da inflação. Esse contexto levanta especulações sobre a possibilidade de novas elevações nas taxas de juros nos próximos meses.

Os investidores acompanham com expectativa a divulgação dos dados de inflação, buscando indicar se os juros poderão ser reduzidos, mantidos ou se haverá novos aumentos. O comportamento do dólar também é influenciado por esse cenário.

No Brasil, os dados do setor de serviços ganharam destaque. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a principal medida da inflação no país, registrou um aumento de 0,16% em janeiro, a menor taxa para o mês desde a implementação do Plano Real. A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,56%, uma desaceleração em comparação com os 4,83% registrados em dezembro de 2024.

Impactos das tarifas de Trump e o cenário global

Além da inflação, o mercado global também está atento às tarifas impostas por Donald Trump, que a partir de 4 de março aplicará 25% de imposto sobre todas as importações de aço e alumínio. A medida, uma das promessas de campanha do presidente norte-americano, tem gerado incertezas no setor de siderurgia de países como México, Canadá e Brasil, afetando diretamente as empresas exportadoras e podendo resultar em uma alta de preços nos EUA e, consequentemente, no mundo.

A reação internacional é intensa. A Coreia do Sul convocou suas siderúrgicas para discutir estratégias para mitigar os impactos das tarifas, enquanto a União Europeia manifestou oposição à medida, afirmando não ver justificativa para a tarifação e prometendo uma resposta firme. A Alemanha, por meio de seu ministro da Economia, destacou que a Europa está preparada para reagir de forma unificada contra as restrições comerciais.

O governo brasileiro, por sua vez, tem adotado uma postura mais cautelosa, pedindo diálogo em relação às tarifas. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram a necessidade de avaliar o impacto das medidas antes de tomar decisões.

A implementação das tarifas pode afetar negativamente as exportações de aço e alumínio e aumentar a pressão inflacionária nos EUA, o que pode dificultar a redução das taxas de juros por parte do Fed. A autoridade monetária norte-americana, por meio de seus dirigentes, tem sinalizado que não tem pressa em reduzir os juros, observando atentamente as consequências do cenário político e econômico.

Atualmente, os juros dos EUA estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, com o objetivo de reduzir a inflação, que se encontra em 2,9%, para a meta de 2%. Juros elevados tornam os títulos públicos dos EUA mais atrativos, o que pode resultar em um fluxo maior de capital estrangeiro para o país, fortalecendo o dólar. Um dólar mais forte tem impacto global, pressionando a inflação, especialmente sobre commodities como combustíveis e alimentos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio