O mercado financeiro inicia esta quinta-feira (27) com oscilações no dólar, refletindo uma combinação de fatores internos e externos que estão no radar dos investidores. No Brasil, a atenção se volta para os dados do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do balanço das contas externas apresentado pelo Banco Central. No cenário internacional, os mercados aguardam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e monitoram as recentes declarações do ex-presidente Donald Trump, que ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos importados da União Europeia.
Desempenho do dólar e Ibovespa
Às 09h50, o dólar apresentava leve recuo de 0,01%, sendo cotado a R$ 5,8020. No dia anterior, a moeda norte-americana registrou alta de 0,83%, encerrando a sessão a R$ 5,8025. Com isso, a divisa acumula avanço de 1,26% na semana, queda de 0,59% no mês e desvalorização de 6,10% no ano.
Já o Ibovespa recuou 0,96%, atingindo 124.769 pontos. Na sessão anterior, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira também teve baixa de 0,96%. No acumulado, o Ibovespa apresenta queda de 1,86% na semana, retração de 1,08% no mês e avanço de 3,73% no ano.
Fatores que impactam os mercados
O mercado de trabalho brasileiro foi um dos destaques do dia, com a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) pelo IBGE. Os dados apontam que a taxa de desemprego subiu para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao período anterior, encerrado em outubro. No mesmo período de 2024, a taxa era de 7,6%.
O total de brasileiros desempregados chegou a 7,2 milhões, um crescimento de 5,3% ante o trimestre anterior. Apesar da alta, o índice ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa uma taxa de 6,6%.
Na quarta-feira (26), o Ministério do Trabalho também divulgou dados sobre o emprego formal. Segundo a pasta, foram criadas 137,3 mil vagas em janeiro, um recuo de 20,7% frente ao mesmo mês de 2023 (173,2 mil). Mesmo assim, o resultado superou a expectativa do mercado em três vezes.
No setor externo, o Banco Central informou que o déficit das transações correntes atingiu US$ 8,7 bilhões em janeiro, o pior resultado para o mês desde 2020 e quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado (US$ 4,4 bilhões). O desempenho negativo foi impulsionado pela redução no superávit da balança comercial, que encolheu em US$ 4,3 bilhões no período.
Cenário internacional e impactos globais
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2024, um indicador crucial para avaliar o ritmo da economia americana.
Além disso, as recentes declarações de Donald Trump trouxeram preocupação ao mercado. O ex-presidente declarou sua intenção de implementar tarifas de 25% sobre produtos importados da União Europeia, o que pode elevar os riscos de uma nova guerra comercial e aumentar as expectativas de inflação nos Estados Unidos.
Caso os preços dos insumos importados subam, há um impacto direto sobre a cadeia produtiva americana e o consumidor final. Um cenário inflacionário mais pressionado poderia levar o Federal Reserve (Fed) a reconsiderar sua política monetária e possivelmente elevar as taxas de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano, o que tende a fortalecer o dólar.
Com tantas variáveis em jogo, o mercado segue atento aos desdobramentos da economia global e seus reflexos nos ativos financeiros.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio