O dólar abriu em alta nesta terça-feira (25), refletindo a aceleração da prévia da inflação no Brasil, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a expectativa sobre a imposição de novas tarifas dos Estados Unidos sobre importações.
Por volta das 9h30, a moeda norte-americana era negociada próxima de R$ 5,80, ampliando os ganhos registrados na véspera, quando avançou 0,43%, encerrando o dia cotada a R$ 5,7554.
Inflação em alta e impactos no mercado
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que serve como prévia da inflação oficial, avançou 1,23% em fevereiro. O resultado representa um salto significativo de 1,12 ponto percentual em relação a janeiro, quando o índice ficou em 0,11%.
O mercado também acompanha de perto a participação do ministro Fernando Haddad em um evento promovido pelo BTG Pactual nesta manhã. Em suas recentes declarações, Haddad enfatizou que não há “ajuste fiscal possível” sem crescimento econômico e ressaltou que a solução para os desafios fiscais do país não pode se basear apenas no arcabouço fiscal.
Além disso, o ministro afirmou que a equipe econômica do governo tem como prioridade equilibrar as contas públicas sem prejudicar as camadas mais vulneráveis da população. Suas declarações voltam a atrair a atenção dos investidores para o cenário fiscal brasileiro.
Tarifas dos EUA e cautela global
No cenário externo, os investidores seguem atentos às novas tarifas que o governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, pretende impor sobre as importações do México e do Canadá. Inicialmente adiadas, as medidas devem entrar em vigor em março e já geram preocupações no mercado.
Caso confirmadas, essas tarifas podem elevar os custos de insumos e produtos globalmente, exercendo pressão sobre a inflação e impactando as cadeias de suprimentos internacionais. Além disso, há a possibilidade de retaliações por parte de outros países, o que poderia ampliar a volatilidade no mercado financeiro.
Cotações e desempenho do Ibovespa
Às 9h27, o dólar registrava alta de 0,76%, cotado a R$ 5,7989. Na segunda-feira (24), a moeda acumulou os seguintes resultados:
- Alta de 0,43% na semana
- Queda de 1,40% no mês
- Desvalorização de 6,87% no ano
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, inicia suas operações às 10h. No pregão anterior, o índice recuou 1,36%, encerrando o dia aos 125.401 pontos. Com esse desempenho, acumulou:
- Queda de 1,36% na semana
- Perda de 0,58% no mês
- Alta de 4,25% no ano
Empregos e impacto nos juros
Outro fator que segue no radar dos investidores são as declarações do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo ele, o Brasil deve registrar a criação de aproximadamente 100 mil vagas formais em janeiro. O relatório oficial será divulgado na quarta-feira (26).
O dado, acima das expectativas do mercado, pode influenciar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa de juros. Isso porque uma maior geração de empregos tende a aumentar a renda disponível da população, o que pode pressionar a inflação e levar o Banco Central a manter uma política monetária mais rígida por um período prolongado.
Diante desse cenário, o mercado segue atento aos desdobramentos econômicos e às próximas sinalizações do governo brasileiro e das autoridades internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio