Etanol de milho impulsiona agronegócio sem pressionar a inflação alimentar

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O etanol de milho tem se consolidado como um pilar estratégico para o agronegócio e a matriz energética do Brasil. Além de agregar valor à cadeia produtiva, sua produção reduz custos logísticos e fortalece a segurança alimentar. Dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que atualmente, 15% da produção nacional de milho é destinada ao etanol, enquanto 28% são exportados e mais de 50% seguem para a alimentação animal. Nos Estados Unidos, esse percentual chega a 40% da produção total de grãos.

Entre 2017 e 2025, observa-se uma maior correlação entre os preços do milho no Brasil e nos Estados Unidos. No mesmo período, no entanto, não há evidências de que a demanda por etanol tenha influenciado significativamente os preços do grão brasileiro.

Dado o volume ainda reduzido de milho destinado à produção de biocombustível, fica claro que o etanol de milho não é responsável pelo aumento nos preços dos alimentos e não impacta a inflação do setor alimentício. Estudos demonstram que 98% dos 15% da produção nacional de milho direcionados ao etanol são provenientes da segunda safra, cultivada predominantemente na região Centro-Oeste, onde há limitações logísticas e de armazenagem. Desde a instalação da primeira indústria de etanol de milho no Brasil, em 2017, a produção de milho cresceu 48% até 2025.

Antes da expansão das indústrias de etanol de milho, o excedente de produção era exportado sem agregação de valor. Hoje, esse segmento impulsiona a geração de empregos e renda sem comprometer a oferta interna do cereal para a alimentação humana ou animal.

Além disso, o processo de conversão do milho em etanol gera um coproduto essencial para a nutrição animal: os grãos secos de destilaria (DDG/DDGS). Ricos em proteínas, energia e leveduras, esses grãos são amplamente utilizados nas dietas de bovinos, suínos, aves e peixes, contribuindo para a produção de proteína animal de qualidade a custos competitivos.

Segundo o IMEA, entre 2023 e 2024, o custo médio da ração animal recuou de R$ 78,00 para R$ 75,02 por 40 kg, uma queda de 3,82%, indicando que a produção de etanol de milho não elevou os preços do insumo. No mesmo período, o custo dos concentrados na pecuária caiu 16,18%, reforçando a coexistência entre o setor de biocombustíveis e a produção de carne, sem impacto negativo na alimentação da população.

“O setor de etanol de milho é um impulsionador do desenvolvimento econômico no Brasil e está longe de ser um vilão da alimentação dos brasileiros. Ele reduz custos logísticos, fortalece a competitividade da agroindústria, diversifica a matriz energética nacional e contribui para os compromissos internacionais de redução de emissão”, afirma Guilherme Nolasco, presidente executivo da Unem.

A entidade ressalta que o etanol de milho não concorre com a alimentação, mas atua como aliado do agronegócio sustentável. A inflação dos alimentos no Brasil, segundo a Unem, é impulsionada por fatores externos, oscilações cambiais e crises internacionais, e não pela destinação do milho para a produção de biocombustíveis.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio