A FACTA (Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Animal) iniciou 2025 com a apresentação de suas novas diretrizes e um foco ainda mais ampliado na diversificação de sua atuação. O evento KICK-OFF FACTA 2025, realizado em Campinas (SP), reuniu lideranças do setor agropecuário para refletir sobre as conquistas de 2024 e traçar perspectivas para o ano em curso. Durante a abertura, o presidente da FACTA, Ariel Mendes, destacou o crescimento da fundação e o fortalecimento das parcerias estratégicas no ano anterior.
Mendes anunciou, ainda, a recente alteração no estatuto da instituição, que passou a se chamar Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Animal, com o objetivo de abranger outras cadeias produtivas além da avicultura. Essa reformulação, finalizada em outubro de 2024, reflete a diversificação das agroindústrias, que agora incluem não apenas aves e suínos, mas também a produção de tilápia e bovinos. O presidente da FACTA enfatizou que a mudança está alinhada à expansão do setor, com eventos que já incorporam temas de segmentos como o da bovinocultura.
A integração da carne bovina à pauta da FACTA é justificada pela alta demanda do mercado, especialmente no contexto do “boi China”, que exige um ciclo de produção mais curto e tecnologias avançadas. Mendes ressaltou que, ao contrário da avicultura e suinocultura, a produção de carne bovina enfrenta desafios específicos, exigindo mais informações sobre sustentabilidade e competitividade.
FACTA: 35 anos de inovação
Fundada em 1989, a FACTA consolidou-se como uma referência na difusão do conhecimento científico e tecnológico para o setor avícola. Ao longo de sua trajetória, a fundação inovou com a criação do prêmio Lamas da Silva (1993) e a fundação da Revista Brasileira de Ciência Avícola, que, em 2003, tornou-se o Brazilian Journal of Poultry Science. Até 2024, a FACTA promoveu mais de 90 eventos, com a participação de mais de 12.900 pessoas e o apoio de 520 patrocinadores. A fundação também se destacou pela criação do programa FACTA na Estrada, que percorreu diversas regiões brasileiras com o intuito de democratizar o acesso ao conhecimento técnico.
Para 2025, a FACTA anunciou mudanças no Conselho Curador, que agora conta com 11 membros, incluindo representantes de empresas e organizações chave do setor agropecuário. Essa alteração visa tornar a fundação mais ágil e alinhada com as novas demandas do mercado.
Desafios sanitários, regulatórios e de sustentabilidade
O evento também promoveu debates sobre os principais desafios do setor agropecuário, com foco em questões sanitárias, regulatórias e de sustentabilidade. No painel “Desafios Sanitários, Regulatórios e de Sustentabilidade”, o vice-presidente da Cobb Latam, Bernardo Gallo, ressaltou a importância de melhorias no manejo e na infraestrutura das granjas para garantir a qualidade e a sustentabilidade da produção.
Jônatas Wolf, presidente da Câmara de Sanidade e Produção da ABPA, abordou os riscos sanitários, destacando a necessidade de planos de prevenção para doenças emergenciais e exóticas. Ele também discutiu os desafios regulatórios, como a escassez de profissionais qualificados, e enfatizou a relevância de práticas sustentáveis que transcendam o aspecto ambiental.
O secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Allan Alvarenga, reforçou a importância da parceria público-privada para enfrentar os desafios da resistência microbiana e melhorar a sanidade animal no Brasil.
Oportunidades de mercado e a evolução da avicultura
No painel “Oportunidades de Mercado”, o gerente de Mercados da ABPA, Gabriel Morelli, apresentou dados sobre o setor de proteína animal no Brasil, destacando o país como o segundo maior produtor de frango e o principal exportador global. Morelli também abordou a importância de explorar novos mercados, especialmente em regiões como o Caribe, África e Sudeste Asiático, dado o declínio das exportações para a China.
Ivan Lauandos, presidente da Aviagen América Latina, destacou a evolução positiva do setor em 2024, com a valorização das exportações e o impacto favorável dos preços do milho e farelo. No entanto, alertou para a necessidade de melhorar a produtividade das matrizes no Brasil, a fim de recuperar a competitividade frente a outros produtores.
Por fim, Erico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), analisou o desempenho da avicultura de postura comercial e os desafios enfrentados pelo setor em 2023. Ele também falou sobre a modernização da avicultura de corte, especialmente nas regiões sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso, onde a infraestrutura das granjas tem melhorado significativamente.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio