Gestão eficiente de custos na produção de grãos é essencial para a competitividade do setor

0
28

O segundo dia da 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, realizado nesta quarta-feira (19), em Capão do Leão (RS), trouxe importantes discussões sobre o cenário econômico e os desafios do setor produtivo. Um dos destaques foi o painel “Uma Análise dos Custos de Produção e Tendências de Mercado. O Que Vimos da Temporada 2023/2024 e o que Podemos Esperar de 2025/2026”, apresentado no auditório Frederico Costa, na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado.

O painel contou com a palestra do engenheiro agrônomo e analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza. A moderação ficou a cargo de Célito Rafael Sebold Huntemann, gerente de marketing da Bayer CropScience, e Denis Dias Nunes, sócio da Agroriza Agricultura e Pecuária e diretor da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

Durante sua exposição, Souza abordou a influência do clima na produção de grãos, a dinâmica das margens de lucro, o desequilíbrio entre oferta e demanda e os impactos geopolíticos na formação de preços. Ele também destacou a relevância do biodiesel e do etanol como alternativas para o mercado do milho.

Um dos pontos levantados foi o expressivo crescimento da área cultivada com soja no Brasil nos últimos 20 anos, que aumentou 239%, enquanto nos Estados Unidos esse avanço foi de apenas 19%. Nos últimos cinco anos, o Brasil incorporou 10 milhões de hectares à produção de soja, com destaque para o crescimento regional: 424% na região Norte e 47% no Sul. No Rio Grande do Sul, esse avanço foi de 13% devido às oscilações na produção do grão.

Souza apontou três fatores principais para essa expansão: condições climáticas favoráveis, rentabilidade elevada da soja nos últimos anos e demanda crescente. No entanto, ele reforçou a necessidade de um controle efetivo de custos por parte dos produtores. “Se não é possível controlar o clima, foque no custo da produção. Defensivos, fertilizantes e adubos são, em grande parte, cotados em dólar. Se o dólar está valorizado para vender, não será favorável para comprar. O equilíbrio entre gastos e faturamento é fundamental”, ressaltou.

Outro fator de preocupação é a taxa de juros elevada, atualmente em torno de 13%, o que encarece o crédito e tem levado um número crescente de produtores pessoas físicas a solicitarem recuperação judicial.

No que diz respeito ao milho, Souza destacou a importância de ampliar investimentos em biodiesel e etanol como estratégias para reduzir a dependência das exportações para o mercado chinês.

A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é promovida pela Federarroz, com correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O evento conta com Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão. A edição deste ano traz como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho – Uma Visão de Futuro”.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio