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Haddad prevê inflação acima de 4,5% até junho, mas projeta impacto positivo da safra e do câmbio

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer acima de 4,5% até junho, conforme projeção do Banco Central. No entanto, ele acredita que o país pode ter “surpresas positivas” na trajetória inflacionária ao longo do ano, impulsionadas pela safra agrícola e pela estabilidade cambial.

Em entrevista à GloboNews, veiculada na noite de quarta-feira (7), Haddad destacou que o desempenho da economia pode superar as expectativas dos analistas, a exemplo do que ocorreu com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Acredito que podemos ter surpresas em relação às expectativas do mercado, assim como tivemos com o PIB”, declarou o ministro. Segundo ele, o avanço da colheita e a valorização do real frente ao dólar – que já acumula alta superior a 6% – são fatores que podem ajudar a reduzir a inflação.

“Se a política econômica for bem conduzida e considerando os efeitos da safra e do comportamento do câmbio, poderemos ter boas notícias no front inflacionário”, acrescentou Haddad.

Inflação e juros

Apesar da perspectiva otimista, o ministro reconheceu que a inflação deve seguir elevada no primeiro semestre. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (6), já havia indicado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) permanecerá acima do teto da meta de 4,5% nos próximos meses.

Atualmente, o Banco Central tem como objetivo inflacionário uma taxa de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em dezembro de 2023, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 4,83%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Haddad explicou que a demora no impacto da política monetária sobre os preços justifica a manutenção da inflação acima da meta no primeiro semestre. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 13,25% ao ano, mas os efeitos da política de juros costumam ocorrer com defasagem.

“No Brasil, acredito que a resposta da inflação será mais rápida e que poderá haver uma acomodação também mais ágil”, avaliou o ministro. Ele defendeu ainda que a taxa de juros seja aplicada em um nível que não comprometa o crescimento econômico: “A Selic deve ser um remédio na dose certa, sem matar o paciente”, pontuou.

Reforma do Imposto de Renda

Na entrevista, Haddad reiterou a intenção do governo de isentar do Imposto de Renda os brasileiros que ganham até R$ 5 mil mensais. Pela proposta que será enviada ao Congresso Nacional, essa mudança entraria em vigor a partir de janeiro de 2026, eliminando a retenção na fonte para esses trabalhadores.

Por outro lado, o ministro afirmou que contribuintes com rendimentos superiores a R$ 50 mil por mês, que atualmente não têm uma tributação considerada “compatível”, passarão a pagar um imposto mínimo.

Segundo Haddad, o novo modelo de tributação levará em conta diferentes fontes de renda, incluindo salários e outras modalidades de ganhos financeiros. “Se a pessoa tem uma renda superior a R$ 50 mil por mês, e esse valor vai subindo gradativamente até R$ 100 mil mensais, vamos verificar se ela está pagando um imposto mínimo”, explicou.

A proposta faz parte do conjunto de mudanças planejadas pelo governo para a reforma tributária, buscando maior progressividade na cobrança de impostos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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