Indústria química nacional sofre impacto com avanço das importações predatórias

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A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) alertou para a grave crise enfrentada pelo setor químico nacional devido ao avanço das importações predatórias, especialmente provenientes dos Estados Unidos e da Ásia. Em 2024, o Brasil importou US$ 63,9 bilhões em produtos químicos, o segundo maior volume da série histórica, ficando atrás apenas dos US$ 80,3 bilhões registrados em 2022.

O volume importado cresceu 11,5% em relação a 2023, totalizando 65,3 milhões de toneladas, sendo que 41,1 milhões de toneladas foram de intermediários de fertilizantes. Esses insumos poderiam ser fabricados internamente caso o Brasil contasse com uma oferta mais competitiva de gás natural. A dependência externa desses produtos contribuiu para o aumento da capacidade ociosa da indústria nacional, afetando diretamente sua competitividade.

O crescimento das importações prejudicou a produção local, com impactos significativos sobre segmentos como resinas e elastômeros (-32,4%), produtos orgânicos (-14,3%), inorgânicos (-9,1%) e outros químicos industriais (-9,3%). Além disso, os produtos estrangeiros chegaram ao mercado brasileiro com preços 6,3% inferiores aos do ano anterior, acirrando a concorrência e resultando no fechamento de fábricas estratégicas. A Ásia foi a principal fornecedora dos produtos importados, representando 31% do total, gerando um déficit comercial de US$ 18 bilhões.

Apesar do cenário desafiador, as exportações brasileiras de produtos químicos cresceram 4,3% em 2024, alcançando US$ 15,2 bilhões. O déficit comercial do setor ficou em US$ 48,7 bilhões, uma redução em relação ao recorde de US$ 63 bilhões registrado em 2022, impulsionada pelos preços mais baixos dos produtos importados. O Brasil obteve saldo comercial positivo apenas com os países do Mercosul e da Aladi, enquanto registrou déficits expressivos nas relações comerciais com a União Europeia, Nafta e Ásia.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio