O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,16% em janeiro, um acréscimo de 0,36 ponto percentual (p.p.) em relação ao último mês de 2024, quando a variação foi de 0,52%. Este é o menor IPCA para um mês de janeiro desde a implementação do Plano Real, em 1994. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,83%.
Entre os principais grupos que impactaram a inflação no primeiro mês do ano, Transportes liderou com um aumento de 1,30% e impacto de 0,27 p.p., seguido por Alimentação e Bebidas, que registrou alta de 0,96% e contribuição de 0,21 p.p. Por outro lado, o grupo Habitação apresentou recuo de 3,08% (-0,46 p.p.), ajudando a conter o avanço do indicador.
Transporte e combustíveis pressionam o IPCA
No setor de transportes, o aumento de 10,42% nas passagens aéreas e a alta de 3,84% no preço das tarifas de ônibus urbanos puxaram a inflação para cima. Houve reajustes significativos nas tarifas do transporte público em diversas capitais, como Belo Horizonte (9,52%), Rio de Janeiro (9,30%) e São Paulo (13,64%). O aumento também refletiu nos preços do táxi (1,83%) e da integração de transporte público na capital paulista (4,53%).
O segmento de combustíveis também apresentou avanço (0,75%), com destaque para a alta no etanol (1,82%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,61%) e gás veicular (0,43%).
Cenoura, tomate e café em alta puxam setor de alimentos
O grupo de Alimentação e Bebidas registrou seu quinto aumento consecutivo, alcançando 0,96% em janeiro. Dentro deste segmento, a alimentação no domicílio teve alta de 1,07%, impulsionada pela elevação expressiva nos preços da cenoura (36,14%), do tomate (20,27%) e do café moído (8,56%). Em contrapartida, alguns produtos apresentaram queda, como a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%).
No consumo fora do lar, o ritmo de alta desacelerou de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro. Os lanches subiram 0,94%, enquanto as refeições tiveram aumento de 0,58%, ambos inferiores às variações do mês anterior.
Energia elétrica em queda alivia pressão inflacionária
No grupo Habitação, a queda de 14,21% na energia elétrica residencial representou o maior impacto negativo no índice (-0,55 p.p.), influenciado pelo Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de janeiro.
Por outro lado, a taxa de água e esgoto teve alta de 0,97%, impulsionada por reajustes tarifários em cidades como Belo Horizonte (6,42%), Campo Grande (6,84%) e Rio de Janeiro (9,83%). O gás encanado também apresentou variação positiva de 0,49%, reflexo do aumento de 4,71% nas tarifas no Rio de Janeiro e da incorporação integral da redução de 1,41% em São Paulo.
Destaques regionais
Entre as regiões pesquisadas, Aracaju registrou a maior variação do IPCA em janeiro (0,59%), impulsionada pelo aumento das passagens aéreas (13,65%). Em contrapartida, Rio Branco teve a menor variação (-0,34%), reflexo da redução nos preços da energia elétrica residencial (-16,60%).
INPC se mantém estável
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) permaneceu estável em janeiro, sem variação (0,00%). No acumulado de 12 meses, o índice foi de 4,17%, inferior aos 4,77% registrados no período anterior. Os produtos alimentícios desaceleraram de 1,12% em dezembro para 0,99% em janeiro, enquanto os itens não alimentícios registraram deflação de -0,33%.
Regionalmente, a maior variação do INPC ocorreu em Salvador (0,47%), impulsionada pelo aumento no transporte público (6,00%), enquanto Rio Branco registrou a menor variação (-0,49%), devido à redução no custo da energia elétrica (-16,60%).
Metodologia
Os índices foram calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base na coleta de preços realizada entre 28 de dezembro de 2024 e 29 de janeiro de 2025, comparados aos valores vigentes de 29 de novembro a 27 de dezembro de 2024. O IPCA abrange famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos, enquanto o INPC considera a população com renda de até 5 salários mínimos. A pesquisa contempla dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio