O setor de tecnologia agrícola tem experimentado um avanço notável nos últimos anos, com as máquinas autônomas ganhando destaque no campo. Esses sistemas inovadores prometem não só aumentar a eficiência e produtividade, mas também lidar com os desafios da escassez de mão de obra especializada e reduzir custos operacionais. A transformação está impactando diversas culturas agrícolas ao redor do mundo, como cana-de-açúcar, vinhedos e pomares, cada uma com suas próprias particularidades e obstáculos.
A principal vantagem das máquinas autônomas é sua capacidade de operar com alta precisão, o que reduz danos às plantações e otimiza o uso de insumos. James Szabo, gerente de Portfólio de Autonomia da Hexagon, explica que, ao longo dos últimos anos, a empresa tem coletado dados de diferentes países, culturas e tipos de solo. “Nossos sistemas de percepção foram treinados para ignorar variações ambientais e focar em elementos essenciais, como veículos, humanos e objetos que possam danificar as máquinas”, destaca.
As necessidades específicas de cada cultura agrícola exigem abordagens distintas. No caso da soja, por exemplo, os terrenos planos e sem obstáculos facilitam a navegação das máquinas, tornando a detecção de objetos menos desafiadora. Já a cana-de-açúcar representa um desafio maior. Devido à rápida altura da planta, que pode ultrapassar dois metros em poucas semanas, a detecção de humanos e objetos torna-se complexa, o que eleva os riscos operacionais. Szabo ressalta que, nesse caso, “sistemas avançados de percepção e posicionamento preciso são cruciais para evitar danos às plantações, que podem afetar a produção por até sete anos.”
Para vinhedos e pomares, as máquinas autônomas apresentam oportunidades únicas, principalmente em regiões de difícil acesso. Nos vinhedos, localizados em encostas, as máquinas podem operar com mais segurança, reduzindo os riscos para operadores humanos e minimizando a exposição a produtos químicos. “As máquinas autônomas conseguem atuar com mais eficiência em terrenos íngremes, garantindo maior segurança e produtividade”, afirma Szabo.
Em pomares, a utilização de sistemas de navegação mais avançados se faz necessária, uma vez que o sinal GNSS (sistema de navegação por satélite) pode ser obstruído pelas copas das árvores. Para contornar isso, as máquinas precisam reconhecer cada árvore e traçar uma rota de navegação precisa, como detalha o especialista.
Além de otimizar o uso de insumos como fertilizantes e pesticidas, as máquinas autônomas permitem uma aplicação mais controlada e eficiente, reduzindo desperdícios e os impactos ambientais. “Com a autonomia, podemos planejar as missões com precisão, aplicando exatamente a quantidade necessária de insumos, no momento ideal para cada planta”, comenta Szabo. Em vinhedos, por exemplo, muitos insumos são mais eficazes quando aplicados à noite, em condições climáticas mais favoráveis.
A agricultura de precisão está caminhando para um futuro em que cada planta será monitorada e cuidada individualmente. A tecnologia autônoma permitirá tratar as necessidades específicas de cada planta, aumentando a eficiência e a produtividade agrícola. “Estamos caminhando para uma era onde os operadores podem se afastar das tarefas repetitivas e perigosas, focando em atividades que agregam mais valor à operação”, conclui Szabo.
O futuro da agricultura autônoma promete transformar a forma como as culturas são manejadas, com máquinas mais precisas e eficientes, trazendo ganhos em produtividade e sustentabilidade.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio