O mercado financeiro revisou para cima as projeções de inflação para os anos de 2025, 2026, 2027 e 2028. Os dados constam no relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC), com base em uma pesquisa realizada na última semana com mais de 100 instituições financeiras.
Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 5,58% para 5,60%, marcando a 18ª elevação consecutiva e mantendo o índice acima do teto da meta. Já para 2026, a projeção avançou de 4,30% para 4,35%, registrando o oitavo aumento seguido. Em 2027, a estimativa subiu de 3,90% para 4%, enquanto para 2028 houve um leve ajuste de 3,78% para 3,80%.
A partir de 2025, entra em vigor o sistema de meta contínua, que estabelece um objetivo de inflação de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central tem a responsabilidade de ajustar a taxa de juros para conter a inflação dentro desse intervalo, uma vez que os efeitos da política monetária costumam levar de seis a 18 meses para se refletirem na economia.
Com o novo modelo, a inflação acumulada em 12 meses será avaliada a partir de janeiro de 2025, sendo comparada com a meta e seu respectivo intervalo de tolerância. Caso o índice permaneça fora desse limite por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida. Nesse cenário, o Banco Central precisaria justificar o desvio por meio de uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em janeiro deste ano, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, já havia enviado uma carta ao ministro explicando o descumprimento da meta de inflação de 2024. Entre os fatores citados estavam a forte atividade econômica, a desvalorização do real e eventos climáticos extremos. O Banco Central também reconheceu a possibilidade de um novo descumprimento em junho, caso a inflação siga acima do teto de 4,5% por seis meses consecutivos.
Impacto da inflação no poder de compra
A alta da inflação afeta diretamente o poder de compra da população, especialmente das camadas com menor renda. Com o aumento dos preços, o orçamento das famílias sofre maior pressão, uma vez que os salários nem sempre acompanham a elevação do custo de vida.
Taxa de juros permanece estável
Apesar da revisão nas projeções inflacionárias, o mercado manteve suas estimativas para a taxa básica de juros. Atualmente em 13,25% ao ano, a Selic passou por quatro aumentos consecutivos e há expectativa de um novo ajuste em março.
Para o fim de 2025, a projeção para a taxa básica de juros permaneceu em 15% ao ano. Já para 2026 e 2027, o mercado manteve as previsões em 12,50% e 10,50% ao ano, respectivamente.
Revisão do PIB e outras projeções econômicas
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 foi revisada para baixo, passando de 2,03% para 2,01%. O PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é um dos principais indicadores da atividade econômica. Para 2026, a estimativa de crescimento permaneceu em 1,70%.
Outras projeções do mercado financeiro apontam estabilidade no câmbio, com o dólar cotado a R$ 6 tanto para o fim de 2025 quanto para 2026.
Na balança comercial, a expectativa para o superávit em 2025 recuou de US$ 76,8 bilhões para US$ 76 bilhões. Já para 2026, houve um leve aumento na projeção, de US$ 78 bilhões para US$ 78,3 bilhões.
Quanto ao investimento estrangeiro direto no Brasil, o relatório Focus manteve a previsão de entrada de US$ 70 bilhões em 2025 e de US$ 75 bilhões em 2026.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio