Mercado global da soja: perspectivas para 2025 diante de recordes de produção e incertezas econômicas

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O mercado global de soja se prepara para um 2025 marcado por recordes de produção, oscilações econômicas e incertezas geopolíticas. Projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam uma queda na inflação global de 4,2% para 3,5% no próximo ano, o que pode impactar o comportamento do mercado. No entanto, a política monetária e comercial de países como Estados Unidos, Europa e mercados emergentes continuará sendo um fator de volatilidade para commodities e investimentos financeiros.

Brasil deve atingir produção recordeDe acordo com análises recentes da Hedgepoint Global Markets, o Brasil deve registrar uma colheita histórica de 171,5 milhões de toneladas de soja em 2025, impulsionada pelo alto rendimento de lavouras em estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. Esse volume expressivo deve favorecer as exportações brasileiras, consolidando o país como um dos principais fornecedores globais do grão.

Cenário americano e impactos da política monetáriaNos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura (USDA) manteve a estimativa da safra em 118,8 milhões de toneladas, projetando aumento nas exportações e no esmagamento. Entretanto, a previsão de crescimento nos estoques para 10,3 milhões de toneladas pode exercer pressão sobre os preços. O Federal Reserve optou por manter as taxas de juros inalteradas após três cortes consecutivos, indicando que um novo aumento é improvável para 2025.

No Brasil, o real encerrou 2024 desvalorizado, influenciado pelo fortalecimento do dólar e pelo cenário fiscal do país. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic e sinalizou possíveis novos ajustes, o que pode atrair investimentos externos. No entanto, a persistência de incertezas fiscais limita a possibilidade de uma valorização mais significativa da moeda brasileira.

Disputas comerciais elevam incertezas globaisO ressurgimento de tensões comerciais adiciona um elemento de imprevisibilidade ao mercado. A imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos de países como China, México e Canadá tem provocado reações e retaliações comerciais. Entre os produtos impactados estão commodities como café e etanol. Caso a guerra comercial se intensifique, a demanda chinesa por soja pode ser afetada, como ocorreu em 2018, quando a China reduziu significativamente suas compras do grão dos Estados Unidos.

Incertezas climáticas na ArgentinaEnquanto o Brasil se prepara para uma safra recorde, a Argentina enfrenta desafios climáticos que podem comprometer sua produção. O USDA reduziu suas projeções para a safra argentina e pode realizar novos cortes caso as condições meteorológicas não melhorem. Uma produção menor pode impactar as exportações do país e favorecer a demanda por subprodutos brasileiros e norte-americanos.

Movimentação no mercado de futurosOs especuladores voltaram a assumir posições “vendidas” nos contratos futuros de soja, farelo e óleo na Chicago Board of Trade (CBOT), refletindo as expectativas de maior oferta global. No curto prazo, o volume expressivo de produção e a redução do apetite de compra da China são fatores baixistas. Contudo, riscos climáticos na Argentina e possíveis ajustes nas projeções do USDA podem oferecer suporte aos preços no médio prazo.

Impacto das condições climáticas no mercadoO fenômeno La Niña segue como um fator de atenção, com previsão de persistência entre fevereiro e abril de 2025 e transição para condições climáticas neutras entre março e maio. Essa variabilidade climática pode influenciar a produção e a logística em regiões estratégicas para o agronegócio global.

Diante desse cenário, o mercado da soja se mantém atento a fatores como clima, política monetária e disputas comerciais, que podem ditar o ritmo da oferta e demanda nos próximos meses.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio