O crescente número de casos de febre amarela notificados no Brasil, levaram o Ministério da Saúde (MS) a emitir ainda no início de fevereiro a Nota Técnica (NT) 27/2025 com a recomendação de vacinação contra a febre amarela. Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o aumento foi observado tanto no final de 2024 quanto nas primeiras semanas de 2025.
Ao todo, foram registrados 61 casos confirmados de febre amarela em 2024, com 30 mortes; a maioria destes casos esteve concentrado principalmente na região amazônica da Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana e Peru. Especificamente de junho de 2024 até o momento, foram registrados sete casos de contaminação em humanos e um em Minas Gerais; dos sete casos registrados em São Paulo, quatro evoluíram para óbito. Nenhum dos indivíduos era vacinado.
Lembrando que a febre amarela é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), cuja transmissão se dá por meio da picada de mosquitos silvestres, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Primatas não-humanos (PNH) e humanos são acometidos pela doença, que apresenta evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas formas graves
Com feriados e ponto facultativo, como o carnaval se aproximando e para evitar situações de pandemia ou surto em outras regiões do Brasil, o MS preparou a NT 27/2025 com recomendações para viajantes e população que reside em área de riscos.
Confira as orientações:
Orientações para os viajantes
Pessoas que planejam viajar para áreas com transmissão da febre amarela ou para regiões rurais e de mata devem verificar a carteira de vacinação. Quem ainda não tomou a vacina ou recebeu a dose fracionada em 2018 deve procurar uma Unidade de Saúde pelo menos dez dias antes da viagem para se imunizar e evitar a exposição ao vírus sem proteção.
A mesma recomendação se aplica a:
– Populações residentes em localidades com evidência de circulação viral ou em zona rural;
– Populações ribeirinhas e no entorno de parques e unidades de conservação;
– Trabalhadores rurais, agropecuários, extrativistas e do meio ambiente, entre outros;
– Indivíduos com exposição esporádica em áreas de risco (rurais, silvestres);
– Viajantes para áreas afetadas, incluindo trabalhadores e turistas/ecoturistas.
Vacinação
A vacinação é a principal ferramenta de prevenção contra a febre amarela. O imunizante faz parte do calendário básico de vacinação para crianças de 9 meses a menores de 5 anos, com uma dose de reforço aos 4 anos de idade, além de dose única para a população de 5 a 59 anos que ainda não foi vacinada.
Outras recomendações:
Dose de reforço para viajantes: indivíduos que receberam a dose fracionada da vacina contra a febre amarela em 2018 e que viajarão para áreas com circulação comprovada do vírus devem receber uma dose adicional na apresentação padrão.
Dose zero: aplicada entre 6 e 8 meses de idade, essa dose deve ser administrada apenas em crianças que residem ou viajarão para áreas com circulação confirmada do vírus.
Vacinação de idosos: pessoas com 60 anos ou mais devem passar por uma avaliação médica individualizada antes da vacinação, considerando o risco de exposição ao vírus e suas condições de saúde.
Além da vacinação, é fundamental adotar medidas de proteção individual, como o uso de calças e camisas de manga longa, sapatos fechados e a aplicação de repelentes nas áreas expostas do corpo. Como os vetores do vírus da febre amarela têm hábito diurno, essas precauções devem ser mantidas ao longo de todo o dia.
Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas ou vômitos, é importante buscar atendimento médico e informar sobre a possível exposição a áreas de risco.
Vale reforçar que a rede pública de Sorriso oferta o imunizante. Todos os PSFs com salas de vacina são identificados com o totem “Aqui tem Vacina”.
Fonte: Prefeitura de Sorriso – MT