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Safra de Grãos: Ritmo Lento na Colheita e Impactos no Mercado Internacional

Soja

A colheita da safra de soja 2024/25 começou, mas avança em ritmo mais lento do que o observado no ciclo anterior. Até o momento, 8% da área foi colhida, ante 14% no mesmo período da safra anterior. No Mato Grosso, maior produtor do grão, a colheita atingiu 14,7% da área, um percentual consideravelmente inferior aos 30,8% registrados no ano passado. No Paraná, o avanço é de 18%, um desempenho semelhante ao do ciclo anterior (19%). Nos demais estados, os percentuais colhidos variam entre 0% e 7%.

O principal fator que tem dificultado o avanço da colheita é a alta frequência de chuvas, especialmente no Mato Grosso, onde o excesso de precipitações prejudica a qualidade dos grãos e compromete a logística de escoamento da produção. A Aprosoja-MT informou que 29 municípios do estado decretaram emergência em razão das chuvas intensas.

As dificuldades logísticas também afetam as operações portuárias, reduzindo a eficiência no carregamento de navios e impactando o volume de exportação. O line-up de embarques para fevereiro aponta uma estimativa de 11,2 milhões de toneladas, mas, diante dos desafios operacionais, o volume exportado poderá variar entre 8,3 e 11,2 milhões de toneladas.

Milho

A colheita da primeira safra de milho segue em ritmo semelhante ao do ano passado, com 10,5% da área colhida até o momento, contra 13,8% no mesmo período de 2024. No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 43% da área, enquanto no Paraná e em Santa Catarina os percentuais são de 5% e 4,2%, respectivamente. Em São Paulo, os trabalhos começaram e já atingiram 3% da área plantada.

O plantio da segunda safra de milho, porém, apresenta um atraso significativo. Até agora, apenas 5,3% da área prevista foi semeada, contra 19,8% no mesmo período do ano passado. O Mato Grosso é o estado mais impactado, com apenas 6,2% da área plantada, em comparação com 30,2% no ciclo anterior.

O principal fator que explica esse atraso é a colheita mais lenta da soja, que reduziu a janela ideal para o plantio do milho de segunda safra em cerca de 20 a 30 dias. Isso aumenta a preocupação dos produtores, que já investiram nos insumos necessários e podem enfrentar desafios climáticos caso o plantio ocorra fora do período adequado. Sementes plantadas fora da janela ideal ficam mais vulneráveis a adversidades climáticas, o que pode comprometer a produtividade da safra.

Mercado Internacional

O cenário internacional também pode impactar as exportações brasileiras de grãos. O novo governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de taxas adicionais de 10% sobre eletricidade, gás e petróleo canadense e produtos chineses.

Segundo a Pine Agronegócios, essa medida deve elevar o custo dos fertilizantes nos EUA, uma vez que o Canadá é um dos principais fornecedores de Cloreto de Potássio (KCl). Isso pode levar os produtores americanos a reduzirem a área plantada com soja e aumentarem a produção de milho, o que pode beneficiar o Brasil como fornecedor alternativo.

Além disso, a alta nos preços do óleo de canola, produzido em larga escala no Canadá, pode favorecer os preços do óleo de soja, o que impulsionaria as cotações da soja e beneficiaria o mercado brasileiro.

O milho também pode ser impactado por possíveis retaliações do México às tarifas impostas pelos EUA, já que o país é o principal comprador do milho americano. Se o México buscar alternativas para abastecimento, o Brasil poderá se tornar um fornecedor mais competitivo.

Enquanto isso, a Argentina anunciou a redução das tarifas de exportação sobre diversos produtos agrícolas. A alíquota para a soja foi reduzida de 33% para 26%, enquanto os subprodutos da soja passaram de 31% para 24,5%. O trigo, cevada, sorgo e milho tiveram as tarifas reduzidas de 12% para 9,5%, e o girassol, de 7% para 5,5%. Essa medida, válida até 30 de junho de 2025, foi adotada em resposta à queda dos preços internacionais e aos impactos da seca na produção argentina, tornando os produtos do país vizinho mais competitivos no mercado global.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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