Colheita da Oliva 2024 celebra retomada do setor e homenageia protagonismo feminino

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A 13ª edição da Abertura Oficial da Colheita da Oliva está marcada para o dia 7 de março, na propriedade Puro Azeite, em Cachoeira do Sul (RS). O evento será realizado em um pomar de 200 hectares, cultivado com mais de dez variedades de oliveiras. Além do início simbólico da colheita, o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) promoverá uma homenagem às mulheres que atuam no setor, reconhecendo sua contribuição tanto no campo quanto em diversas áreas da sociedade. A programação também incluirá uma palestra sobre os desafios e perspectivas da olivicultura no Brasil.

O presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, ressaltou a importância de ampliar as parcerias com a comunidade acadêmica e a Embrapa Clima Temperado, visando avanços em pesquisas relacionadas à polinização forçada dos pomares. Segundo ele, a busca por variedades mais produtivas, como a grega Koroneiki, tem sido uma preocupação crescente entre os produtores, que enfrentaram quedas na safra e oscilações de volume nos últimos anos. “Algumas variedades não atingiram a produtividade esperada, e é fundamental entendermos quais são as mais adequadas para garantir colheitas mais constantes”, afirmou Fernandes.

Outro ponto abordado pelo gestor foi a identificação de uma área de aproximadamente 200 hectares em Hulha Negra (RS), que pode se tornar um polo de referência para a olivicultura na região Sul. O espaço, além de ser destinado à produção, poderia funcionar como uma escola para o setor e um centro de pesquisa especializado.

Em relação à safra deste ano, Fernandes alertou que o excesso de chuvas entre maio e setembro impactou o desenvolvimento das oliveiras, prejudicando a produtividade em algumas regiões. O uso inadequado de herbicidas também tem gerado preocupação entre os produtores. Apesar desses desafios, a expectativa é de uma safra superior à do ano anterior, com os dados finais sendo divulgados em abril.

O presidente do Ibraoliva também chamou a atenção para as mudanças no mercado e o maior reconhecimento por parte dos consumidores sobre os benefícios do azeite de oliva extravirgem. Ele destacou que muitos consumidores notam diferenças significativas na qualidade do azeite produzido no Rio Grande do Sul em comparação a produtos importados. Recentemente, o Ministério da Agricultura proibiu a comercialização de duas marcas importadas, reforçando a importância da fiscalização. “Atualmente, cerca de 82,6% dos azeites vendidos no mercado apresentam alguma forma de adulteração, sendo muitas vezes azeites virgens ou lampantes comercializados como extravirgens”, pontuou Fernandes.

O Secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Clair Kuhn, reforçou o compromisso do governo estadual com a pesquisa e o desenvolvimento da olivicultura. Segundo ele, o Departamento de Pesquisas da Secretaria da Agricultura está à disposição para apoiar os produtores, promovendo estudos científicos que subsidiem políticas públicas para o setor.

A anfitriã do evento, Puro Azeite, pertence à família Farina, conhecida por sua tradição na indústria moveleira da Serra Gaúcha. A história da empresa no setor de azeites teve início após a tentativa frustrada do patriarca, José Eugênio Farina, de cultivar soja no Nordeste durante 20 anos. Atualmente, seus netos lideram o empreendimento, que se tornou um dos mais premiados do país, com investimentos superiores a R$ 20 milhões. A propriedade cultiva variedades de oliveiras como Arbequina, Arbosana, Coratina, Frantoio, Galega, Koroneiki, Manzanilla e Picual, consolidando-se como uma referência na produção de azeites de alta qualidade no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio